Nota contra o coitadismo



As palavras que ora escrevo não tem a pretensão de um julgamento ou condenação sumária. Estou sempre aberto ao diferente e as diferenças. Trata-se apenas de um leve e despretensioso desabafo.
Ocorre que nunca lidei bem com as rabugices, com o pessimismo, com o azedume, com o queixume reiterado; com as pessoas que procuram e enxergam muito mais as dores do que as flores do caminho. Em suma, com aquilo que chamo de síndrome do coitadismo, na qual a criatura assume uma posição de vítima diante de tudo e de todos, não raro dela mesma, inclusive como forma de justificar um temperamento explosivo ou agressivo.
Digo isso, porque preciso policiar muito a mim mesmo para não incorrer em tal delito gravíssimo, que só não é inútil porque além de promover a exposição muitas vezes gratuita do nosso fel, também vem dar uma baita pancada na cara da felicidade e do amor devotado por quem nos é caro.
Portanto, este talvez seja apenas um limite meu, mas pode ser também um efeito do próprio coitadismo que, quando não semeia desânimo ou comiseração, acaba por despertar um sentimento de repulsa.
Desde cedo aprendi que é preciso cobrar e esperar mais de nós mesmos do que dos outros. Aprendi também que, apesar das dores, incompreensões, frustrações e adversidades, há sempre mais motivos para rir do que para chorar. Aprendi ainda que a dor pode ser um instrumento capaz de nos tornar melhores ou apenas uma estação para mais gemidos e murmurações diante das durezas desta vida. Ou seja, a intensidade de uma dor ou doença vai depender se a recebemos como castigo ou como convite ao amor: amor pelos outros e por nós mesmos.
Não basta estar vivo, é preciso saber agradecer pelo milagre da vida!
Não basta viver, é preciso saber viver!

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