Ato político


Ganhar ou perder nas urnas faz parte e é do jogo democrático. Agora a disputa política ser pautada pelo intento de vencer no "tapetão" não é legítimo nem aceitável e exige uma reação contendente e efetiva das forças que lutam pela democracia e o Estado de Direito.

Não se trata de defender o governo Dilma ou os partidos atualmente no governo. A luta, mais que nunca, é pelo respeito às regras do jogo democrático e a favor do Brasil que não pode se apequenar ao nível ou ficar refém de interesses golpistas de gente mais suja que pau de galinheiro que pousa de santo para jogar sua sujeira debaixo do tapete e, de quebra, ainda "sair por cima da carne seca", ampliando ainda mais seu poder de fogo e de manobra no mundo jurídico-político.

Não vai ter Golpe, vai ter vitória da Democracia!

Por que este impeachment é golpe, por Henrique Fontana

O discurso da oposição para justificar o golpe do impeachment é o da crise. Mas essa crise, originada de múltiplas causas, tem uma origem fundamental: a inconformidade de quem não aceita a decisão do povo que elegeu Dilma presidenta por 54 milhões de votos.

Desde outubro de 2014, a oposição tenta cassá-la a qualquer custo num denuncismo que vai desde a suposição de as urnas eletrônicas terem contado errado os votos, até a versão de que decretos de suplementação orçamentária – publicados às centenas, de forma legal, pelos presidentes anteriores, pelo vice-presidente Michel Temer e quase todos os governadores atuais –, sejam agora, no caso de Dilma, crime gravíssimo, que no tribunal político de exceção da oposição, justificaria a cassação do seu mandato.

A presidenta assinou seis decretos realocando recursos de uma área para outra com impacto zero no resultado fiscal. Isto é o que chamamos de golpe: dois pesos, duas medidas. Não é sério. É um desrespeito ao voto dos brasileiros e à própria democracia.

A gravidade do golpe em curso aumenta ao sabermos que este processo foi aberto como um ato de retaliação e é liderado por um dos políticos mais corruptos da história brasileira. O deputado Eduardo Cunha tem 13 contas no Exterior, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro e é réu no Supremo Tribunal Federal por 10 votos a zero.

E a oposição silencia sobre tudo isto. Não é o silêncio dos inocentes, mas dos coniventes. Depois de perder quatro eleições consecutivas, querem chegar ao poder a qualquer custo, sem votos e com apoio de Cunha.

Getúlio Vargas e Jango também sofreram ataques golpistas como Lula e Dilma, coincidentemente porque promoveram políticas de distribuição de renda e melhoria das condições de vida dos mais pobres.

Queremos combater a corrupção integral e republicanamente, dentro da lei, respeitando o devido processo legal, o Estado democrático de direito. E não utilizá-la como instrumento de luta política, com vazamentos seletivos, medidas de exceção e incentivo ao ódio e à intolerância. Querem dividir o Brasil, e a melhor resposta será a demonstração clara dos brasileiros em defesa da democracia.

*Deputado federal (PT-RS)

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