Algumas lições da eleição
Minha escrita não tem a intenção de fazer uma análise criteriosa sobre o último processo eleitoral. Isto demandaria tempo e espaço, pois os resultados de uma vitória ou derrota nas urnas nunca podem ser atribuídos a um único fator. Ganhar ou perder uma eleição depende de um conjunto de motivos, alguns aparentes outros nem tanto, outros ainda perceptíveis apenas com o passar do tempo e o desenrolar da cena pública. No entanto, de ambos os lados se pode tirar algumas breves lições e é isso que me proponho fazer aqui e agora.
A primeira lição é que em Herval, mais do que nunca, ficou comprovado que existem apenas dois lados na disputa política. Ao dizer isso, não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre qual lado é melhor, mais afinado com as virtudes humanas ou coisa que o valha. Não, a lição é clara e objetiva: existem dois lados disputando o poder local e mudar isso (se é que essa escrita precisa ser mudada) é tarefa possível somente depois de muitas idas e vindas da história.
A primeira lição é que em Herval, mais do que nunca, ficou comprovado que existem apenas dois lados na disputa política. Ao dizer isso, não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre qual lado é melhor, mais afinado com as virtudes humanas ou coisa que o valha. Não, a lição é clara e objetiva: existem dois lados disputando o poder local e mudar isso (se é que essa escrita precisa ser mudada) é tarefa possível somente depois de muitas idas e vindas da história.
A segunda lição que, portanto, tem a ver com a primeira, é que
mesmo derrotada a oposição continua viva e em condições de recuperar sua força
para travar um novo combate daqui a quatro anos com chances de retomar o poder.
Vejam bem, não estou prevendo que a oposição irá inexoravelmente vencer a
próxima corrida eleitoral. Digo que, ao contrário de alguns comentários que
escutei, a oposição não está morta e seguirá peleando. Além de uma base social muito forte e leal, os
oposicionistas romperam o isolamento que se encontravam e construíram (pro bem
ou pro mal) um nome capaz de ocupar o lugar do seu velho e desgastado líder.
O lado governista, por sua vez,
depende dos resultados do segundo governo e do trabalho político do prefeito
reeleito com vistas a preparar um sucessor. Além disso, penso que os partidos
que compõem a base governista precisarão contar com um fôlego maior para se
fortalecer e assim, mais do que colaborar com a governabilidade, poder ampliar
seus horizontes políticos na sociedade.
Outra lição importante é que por mais oposição que sejamos o governo
e, principalmente, a figura do chefe do governo precisam ser respeitados. Não
dá pra sair metralhando, dizendo que tudo está fora do lugar e que o simples fato de
trocar a administração de mãos tornará tudo diferente. Sobretudo, quando o
representante da oposição carrega nas costas a herança de um governo tão ruim,
quando o governo em curso conta com uma aprovação altíssima da população e
ainda quando a figura do prefeito é respeitadíssima dentro e fora do município.
O povo enxerga muito além dos interesses políticos em jogo e move sua vida para
bem mais longe que o período curto de duração de uma eleição.
Ao contrário da insistente pregação oposicionista, a disputa
eleitoral não se resume a briga entre pobres e ricos ou entre bons e maus. A
disputa eleitoral, mesmo num município de pequeno porte como Herval, é algo
muito complexo, cujo conteúdo e desfecho não podem se resumir a poucas e porcas
análises ou pretensões. Mas mais importante que a disputa de dois grupos que de
quatro em quatro anos se digladiam pelo poder, é o fato de que todos nós
vivemos aqui debaixo do mesmo céu e o governo reeleito se já era bom (e eu
honestamente defendo que se trata do melhor governo que tivemos até aqui),
precisa ser ainda melhor, para o bem e o orgulho cada vez maior de todos os
hervalenses.
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