Para além do faz de conta, dos ataques e da promessa de milagre
Ando por um fio na faculdade
de Pedagogia porque não estou conseguindo conciliar o curso com as demais
atividades do meu dia a dia. Mesmo assim, penso que para além da mera propaganda
e da disputa de poder, uma eleição deve ser um momento pedagógico, capaz de esclarecer
as pessoas sobre o funcionamento da máquina administrativa; sobre as regras,
limites e possibilidades do poder público. Uma eleição também não pode ficar
limitada a disputa repleta de fel entre pessoas, como se fosse um concurso
entre bons e maus. Ela precisa, isto sim, servir para comparar projetos políticos que são
sempre distintos na forma, no conteúdo e nos resultados.
As pessoas precisam ficar
sabendo, por exemplo, que uma boa administração deve zelar pela racionalização das
despesas e pela correta aplicação dos recursos públicos. E isso não significa
deixar de investir ou de atender as necessidades mais urgentes da população.
Significa não esbanjar nem utilizar aquilo que é publico como se fosse privado.
Significa ainda evitar o desperdício para que a economia gerada com o corte
desse desperdício sirva como fonte para realizar novos e importantes
investimentos. É essa receita que vem dando muito certo em Herval.
Neste sentido, vale
mencionar os dados da contabilidade da prefeitura que indicam que os gastos com
diárias do prefeito e da primeira-dama diminuíram de R$ 142.313,33 registrados
durante os quatro anos da gestão anterior para os atuais R$ 41.690,00, representando
uma economia de mais de R$ 100 mil apenas nessa modalidade de despesa. Outra informação importante é a diminuição alcançada com o gasto dos combustíveis. No
período de 2005 a 2008 foram gastos com combustíveis um total de R$ 1.414.051,36.
Já no governo em curso, o gasto com combustível até o último mês, de acordo com
os dados oficiais, alcançou a cifra de R$ 1.293.413, 53. Tudo isso apesar do
incrível aumento da frota de veículos e do número de máquinas da prefeitura,
num investimento que supera os R$ 3 milhões com a compra de mais de 20 novas
máquinas e veículos.
A diferença é que nos dias
atuais o prefeito viaja muito, mas viaja para atender o estrito interesse do
município, e não como forma de complementar sua renda ou para passeios pagos
com o dinheiro do contribuinte. A diferença é que as viagens oficiais do atual
prefeito se traduzem em investimentos concretos, ao passo que antes serviam
apenas para criar ilusões. Outra diferença é que agora os veículos públicos não
são desviados da sua função e têm seus gastos controlados, diferentemente do
passado recente, no qual era comum observar os veículos da prefeitura
transitando para cima e para baixo como se privados fossem ou para atender
finalidades que nada tem a ver com a função ou o interesse público. Isso acabou
e para comprovar nem precisa conferir os números, basta puxar um pouco pela
memória.
Portanto, volto a insistir
que nem toda a economia feita no setor público é sinal de falta de investimento
ou de insensibilidade social. Antes o contrário. Muitas vezes a austeridade é o
único caminho para obter os recursos necessários a fim de garantir o
atendimento de demandas aguardadas pela população, especialmente num município
com uma arrecadação tão pequena como o nosso. E no quesito racionalização das
despesas Herval hoje dá lições e serve como referência. Da mesma forma, nossa
administração hoje também dá lições e serve de referência no tocante ao zelo
com o patrimônio público. Tudo aquilo que é esperado de um bom governante e
cujos resultados repercutem positivamente na vida de todos os cidadãos e
cidadãs, embora muitos não percebam.
Como diz o brilhante
deputado Henrique Fontana, a política pode ser o espaço da mentira, da
manipulação, do proveito próprio, mas a política também pode ser o espaço da
honestidade, da construção do bem comum, da boa política. Cabe a cada um
comparar os ditos e feitos dos postulantes a um cargo eletivo e separar o joio
do trigo. Cabe a cada um fazer desta próxima eleição um momento pedagógico em
prol do fortalecimento da consciência cidadã, ao invés de uma oportunidade para
buscar pequenas vantagens ou a solução do seu próprio problema. Sim, existem
diferenças na política e entre os políticos e conhecer essas diferenças é o
caminho para deixar de ser objeto da política, para distinguir líderes de enganadores ou para superar o senso comum que culpa os políticos por tudo de
ruim e errado que acontece na sociedade.
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