Herval do sul, do Rio Grande, do Brasil
Venho aqui para comentar mais feitos da administração municipal. Porém
antes de adentrar nesse assunto, me permito utilizar algumas linhas para um
desabafo. Isto porque ditos cujos que nunca produziram algo de positivo para o
nosso município, agora me acusam de vira-casaca ou oportunismo. Para esses,
digo que no passado recebi convite para integrar o primeiro escalão do governo
da época, convite ao qual recusei sem hesitar porque em se tratando da vida
pública não me imiscuo com pessoas sem escrúpulos que ocupam o poder apenas
para locupletar a si e aos seus. Digo ainda que mais do que qualquer partido,
defendi e continuo a defender uma vida melhor e com oportunidades iguais para
todos os hervalenses. Portanto, “não tenho um caminho novo, o que eu tenho de novo
é o jeito de caminhar”.
Dito isto, vamos ao que interessa. Até porque os projetos e conquistas
do governo em curso não param de surgir e isso é o que importa para nossa
gente. E tão importante quanto essa onda de realizações é o fato da nossa terra
ter saído do isolamento que se encontrava, recuperando suas principais funções
administrativas e a pujança política que havia perdido. Gradativamente o Herval
encolhido cá na beira da “banda oriental” vai ficando para trás, dando lugar a
uma cidade melhor para se viver e integrada ao mapa de desenvolvimento do
estado e do país. Sem dúvida, muito desse novo panorama tem a ver com as
iniciativas dos governos federal e estadual que trabalham incessantemente para
diminuir as desigualdades regionais, mas também é verdade que, sem um governo local
disposto a se somar nesse esforço, de nada adiantariam os bons ventos soprarem
a nosso favor.
Não faz muitos anos escutei de uma pessoa do povo que nosso município
“iria sair do mapa”. Mais do que um desencanto com a vida, essa frase revela a
percepção de que nosso município andou tão esgualepado, deprimido e
desconectado do resto do mundo que muitos não enxergavam uma luz no fim do
túnel. Até havia o ímpeto de romper as barreiras do desenvolvimento e da
integração, mas apenas no discurso e os resultados nunca passaram de mera
ficção. Pois agora os tempos são outros e o papel de articular e elevar nossa
terra além dos limites do nosso território foi assumido com vigor e entusiasmo
pelo paço municipal.
Um município não é uma ilha. Ele precisa estar integrado com a região, o
Estado e a União. A vida acontece nas cidades, é nelas que as pessoas constroem
suas vidas efetivamente. No entanto, o mundo contemporâneo pede que o local se
conecte cada vez mais ao global, é claro, sem perder suas raízes, características
e vocações próprias. Neste sentido, um dos exemplos mais contundentes de que
Herval hoje se liga concretamente a outros rincões em busca da superação de
problemas comuns são os consórcios intermunicipais. Tem demandas que um único
município, especialmente de pequeno porte, não consegue enfrentar sozinho. Daí
surge a integração através dos consórcios como alternativa e solução. Mas isso
não é para qualquer um. É preciso ter prestígio político e estar com a
prefeitura organizada, pois cada consórcio tem um regramento específico e cada
integrante precisa fazer sua parte a contento.
Falando em termos concretos, nossa prefeitura hoje integra pelos menos
três consórcios. Antes já fazia parte do consórcio da AZONASUL com vistas a
compartilhar maquinário e equipamentos destinados a atender a atividade da
piscicultura, como também o consórcio para uso de uma retroescavadeira
juntamente com os municípios de Pedro Osório e Cerrito. A boa nova é de que há
poucos dias passamos a fazer parte do Cideja, consórcio composto pelos
municípios de Candiota, Aceguá, Pedras Altas, Hulha Negra e Pinheiro Machado,
que deverá garantir recursos para a aquisição de maquinário e o engajamento na
luta pelo asfaltamento da via que liga Herval à Aceguá e a partir daí, podendo
estabelecer uma nova ligação com os “hermanos”Uruguaios. Uma ótima notícia e a
perspectiva de novos sopros de progresso para nós e toda essa parte empobrecida
da metade sul.
Diante disso, não percamos mais tempo com pensamentos invejosos ou
mesquinhos nem com quem perdeu o trem da história. Inclusive porque a fofoca, a
inveja e o despeito são tão sólidos que já estão se desmanchando no ar.
Dediquemos energia para a boa luta que é fazer nossa terra afirmar sua posição
de sentinela da fronteira, do Rio Grande e do Brasil, invertendo a visão do
mapa e fazendo com que nosso país comece e não termine por aqui, como defendia
o vice-governador Beto Grill durante a última eleição para o governo do RS.
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