Nem comunismo nem a ditadura do mercado



Sempre tive o entendimento de que os extremos nunca são positivos ou desejáveis, um princípio ou lição que ganhou ainda mais força depois do meu percurso de mais de 13 anos de vida pública. Ou como li em algum lugar, “nem tanto ao mar, nem tanto ao céu. Nem tanto como as ondas, nem tanto como as nuvens". Penso que o mesmo se aplica e, ainda com mais força, quando o assunto em pauta é o papel e/ou tamanho do Estado.

Assim, não me sinto seduzido nem pelo estado máximo dos países do comunismo ditatorial, nem pelo estado mínimo nos quais impera a ditadura do mercado, a exemplo do próprio Brasil de Temer e Cia. e da vizinha Argentina que seguiu a risca essa receita e ora se encontra no fundo do poço social e econômico. Portanto, Estado adequado para mim é o estado necessário, no qual o governo não é dono de tudo nem o centro das atenções, mas possui tamanho e força suficiente para assegurar o interesse público e equilibrar a balança social, especialmente num dos países mais desiguais do planeta que é o Brasil.

Dessa forma, o que um lado na política do país anda vendendo como novidade ou salvação não passa de um projeto político fracassado (especialmente sob o ponto de vista humano e civilizatório) e que representa uma nova roupagem para a velha sede de lucro de alguns grupos econômicos que costumam ultrapassar as fronteiras dos países, bem como das grandes potencias econômicas, cuja riqueza e poderio em parte se explica e provém do seu poder de atuar como ave de rapina diante de nações mais fracas. Isto é, nessa hora grave que atravessamos, o alvo é mais que um líder político ou agremiação partidária. O alvo é a República que a rigor nunca chegou a ser efetivada entre nós e o estado de bem-estar social, inspirado na social democracia européia, instituído no país com a Constituição de 1988 e que com os governos petistas começou a sair de fato do papel.

E a realidade e os números estão aí para provar o que digo, basta olhar e ver. Não foi privatizando nem reduzindo ao mínimo o tamanho da máquina pública que o Brasil alcançou o melhor desempenho econômico e social da história. Também não foi estatizando tudo, mas com o poder público tendo papel protagonista e formando parcerias que impulsionaram ou até colocaram os negócios privados a serviço do fortalecimento dos espaços e políticas públicas (a compra de vagas pelo governo em universidades particulares é um exemplo disso, as Parcerias Público Privadas para realizar obras públicas é outro).

Então, foi fortalecendo o setor público que o Brasil atingiu o pleno emprego (vivemos um tempo que faltava gente para contratar). Foi fortalecendo o setor público que, depois de décadas, os concursos públicos haviam voltado a ser prática comum e frequente. Foi fortalecendo o setor público que o Brasil tirou milhões de pessoas da miséria absoluta. Foi fortalecendo o setor público que o Brasil se tornou um dos maiores produtores de petróleo do planeta, a partir da exploração do pré-Sal. Foi fortalecendo o setor público que, de norte a sul, o Brasil havia sido transformado num canteiro de obras. Foi fortalecendo o setor público que os pobres entraram no orçamento do governo e os pequenos municípios, como Herval, tinham deixado de ser abandonados à sua própria sorte. Foi fortalecendo o setor público que o Brasil saltou da 9.ª para a 6.ª economia do mundo. Apenas para citar alguns exemplos.

Se na vida tudo pede equilíbrio e repulsa aos extremismos, na vida pública muito mais. Sobretudo, num país tão desigual e tão diverso como o nosso (diversidade, que ao invés de fonte de problemas, deve ser vista e valorizada como uma de nossas principais riquezas), o governo precisa agir como um juiz que não puxa para o time mais forte e também como uma mãe, que dispensa atenção a todos os filhos, porém dedica um cuidado especial aos filhos que mais precisam de amparo para vencer os desafios e dificuldades. Foi por aí que desabrochou a melhor versão do Brasil e do povo brasileiro! Foi por esse caminho que o Brasil se tornou referência de sucesso e respeitado mundialmente!

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