Licença poética

Peço licença outra vez para entregar-lhes novas palavras simples e sutis, arrancadas do fundo do baú e inspiradas na minha musa imaginária...

Moça bonita, saia da fossa!

Veste tua melhor saia, solta o cabelo, põe os pés descalços...

Tira a roupa, desfila defronte o espelho, depila o corpo, morde o canto da boca.

Espreguiça-te, coça-te, sente o som e as batidas do teu coração...

Escuta bossa, toma tento e, porque não, uns goles de cana...

Desencana, acorda, almoça, arrota, muda tua rota...

Deixa de papo apurado, de conversa afiada, desconfiança, de sair pela tangente ou da casinha, de ficar de papo pro ar ou remoendo antigas feridas e sopapos...

Deixa a tristeza pra lá, vem pra cá abraçar meu abraço,

Mostrar tua força de mulher sem medo, pudor ou fel...

Encara a vida de frente, vem afagar meu rosto e sentir o vento na cara...

Vem sentar no meu colo como se fora criança manhosa e provar todo mel
que tenho para te dar.

Vem agora e de uma vez por todas que amanhã é longe e o amor não sabe esperar!