Um caminho para fortalecer nossa economia




Nos idos do ano 2000, quando Osmar Hences exercia o cargo de Secretário Municipal de Educação de Hulha Negra, na gestão da Frente Popular, lembro-me de ter visitado àquele amigo, ocasião em que pude prestigiar uma magnífica feira realizada anualmente para expor a cultura do povo, sendo esta usada como fonte e ferramenta do desenvolvimento econômico do citado município.
A feira, como disse, realizava-se anualmente, mas nem por isso tinha o caráter de mero evento. A feira, na verdade, funcionava como uma espécie de vitrine do trabalho, dos costumes e da produção local, feitos diariamente. Além das atrações artísticas de cunho estadual, do espaço aberto para os talentos locais brilharem, das danças, brincadeiras e demais atrações artístico-culturais, como a exibição de filmes; a feira ainda contava com uma diversificada e saborosa culinária, exposição de artesanato, mostra de gado leiteiro e de suínos, produtos da apicultura, confecções, venda de carne devidamente embalada e inspecionada, etc. Uma lindura, como dizia o Osmar.
Mas uma das coisas que mais me chamou a atenção foi notar a forte organização e a intensa parceria entre o poder público e os empreendedores locais. Mais que isso, foi ver que a economia local era tratada como política pública, com nome e sobrenome. Lembro-me que todos os produtos ofertados faziam parte de um programa e carregavam o seguinte selo: Da Hulha, a marca que nos orgulha. Toda a cadeia produtiva do município era unida e integrada em torno deste único selo, o que além de certificar a origem e ajudar na busca de mercados consumidores para a produção, também contribuía para afirmar e valorizar a identidade dos próprios produtores, indo além do aspecto econômico.
O fato é que na citada gestão (não conheço a realidade atual), Hulha Negra conquistou inúmeros prêmios por ter uma administração pública que, ao mesmo tempo em que respeitava a lei e controlava as contas, gerenciava as pessoas com maestria na perspectiva de promover qualidade de vida e desenvolvimento econômico numa só tacada. Além do forte estímulo à formalização, o município detinha índice zero de mortalidade infantil, altíssimo rendimento e baixa evasão escolar, o que garantia um retorno mais elevado na arrecadação de ICMS.
Não estaria aí um bom caminho para fortalecer nosso município? Digo utilizar aquilo que é tipicamente nosso, nossos talentos artísticos, nossa culinária, nossas matérias primas, nosso artesanato, nossas belezas naturais, como ponto de partida e de apoio do desenvolvimento econômico local. Demandar sim junto aos governos estadual e federal os investimentos necessários em infra-estrutura (melhoria e pavimentação de estradas e aumento da capacidade energética, especialmente), mas junto com isso a gestão municipal fazer a parte que lhe cabe no sentido de tirar muitos produtores da informalidade e agregar valor a nossa produção para levá-la muito além dos limites do nosso município.
Que tal disponibilizar nossos produtos permanentemente para venda em banca própria mantida no Mercado Público da capital ou outro espaço semelhante, como defendia Roque Oliveira durante a última disputa eleitoral? Que tal criar uma marca para identificar e integrar toda a nossa cadeia produtiva? Que tal plantar hoje as sementes do desenvolvimento e no futuro promover uma feira de produção como esta que prestigiei na Hulha? Ganharia o poder público, ganharia mais ainda nossa gente ávida de uma vida melhor e mais próspera. Fica a dica.

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