Não é se encolhendo que o Rio Grande vai voltar a ser grande!



Na propaganda, o governo Sartori aponta como saída única e inadiável o estado abrir mão de todas as estruturas e obrigações possíveis para focar apenas nas políticas de saúde, educação, segurança e obras de infraestrutura. Discurso, aliás, também alimentado por aliados que estiveram juntos com o atual governador e assinaram embaixo de tudo que foi feito nos últimos anos, porém desembarcaram do governo na última hora para se apresentarem na corrida eleitoral que se avizinha com outros nomes e ares de novidade. O fato é que, mesmo aumentando a alíquota de ICMS para todos os gaúchos, diminuindo o tamanho da máquina e cortando investimentos, na vida real o que temos visto é o resultado exatamente oposto ao prometido na propaganda, sendo que Herval constitui-se num exemplo visível do fracasso ou do efeito perverso dessa política.

Para enxergar o deserto de iniciativas e o mar de problemas criados pelas ações e omissões de Sartori e cia, nem precisa conectar a internet ou ligar a televisão (até porque ela anda escondendo ou deixando de mostrar o Rio Grande do Sul como ele de fato está, para levar ao ar amenidades ou os dramas que se passam longe da gente). Mas mesmo que a grande mídia assuma o papel de partido e revele uma parte da realidade ou uma realidade que não existe, não precisa muito esforço para perceber o estrago que tem sido feito. Só não enxerga quem não quer. Também não precisa ir longe, uma rápida olhada em Herval já é o suficiente para perceber que essa política da inércia ou do desmantelamento do estado não produz nada nem leva a lugar nenhum a não ser ao fundo do poço.

Temos em Herval diversos órgãos e serviços sob a responsabilidade do governo do estado: duas escolas estaduais, Brigada Militar, Inspetoria Veterinária, CEEE, Corsan, Banrisul e DAER. Não obstante, o profissionalismo e dedicação dos profissionais designados para desempenhar suas funções em cada um desses órgãos ou autarquias, sob o comando do atual governo do estado como eles vêm funcionando e qual a avaliação da população hervalense em relação ao seu desempenho ou qualidade dos serviços prestados? Tais estruturas vêm recebendo a devida atenção e investimentos por parte do governo ou a culpa pelas carências ou mau funcionamento dos mesmos é dos servidores, como alega Sartori e os defensores desse projeto? Tais serviços vêm sendo deixados de lado devido à falta de recursos financeiros ou por ser essa uma estratégia para justificar a entrega de algumas delas para o setor privado, tentada por esse grupo político sempre que chegam ao governo?

Como se não bastasse o abandono daquilo que lhe compete, Sartori e seus aliados ainda têm deixado os municípios em maus lençóis ao não honrar ou cumprir com bastante atraso suas obrigações relativas às transferências obrigatórias ou contratos firmados. Um exemplo concreto e dramático do que digo está na área da saúde. Somente em Herval, a dívida do estado que já esteve em cerca de R$ 1 milhão no começo desse ano, atualmente anda na casa dos R$ 600 mil, trazendo problemas para a saúde da população e adoecendo as finanças da prefeitura, que se vê obrigada a arcar com essa conta que não deveria ser sua, já que garante o aporte do percentual que o município precisa alocar para contribuir no financiamento do SUS. Sem contar a redução nos valores e o atraso nos pagamentos do convênio firmado com o único hospital da nossa cidade.

Alguém dirá que o estado está quebrado ou que Sartori vem fazendo a coisa certa. Sim, há longa data o estado encontra dificuldades  fruto, principalmente, de escolhas semelhantes às de agora e da renegociação desastrosa da dívida com a União durante o governo Britto, do qual Sartori era uma das figuras mais influentes. No entanto, o que temos assistido vai além de dificuldades financeiras e representa o desmonte da máquina e das engrenagens que formam, sustentam e permitem o funcionamento do estado, que só não é maior porque foi barrado temporariamente pela maioria da Assembleia Legislativa e uma parte importante da sociedade gaúcha que sabe que o estado mínimo é o pior dos mundos aqui ou em qualquer lugar do planeta (vide o exemplo Argentino).

Além disso, já vimos que existem outros caminhos para garantir o essencial e ainda promover importantes avanços em termos econômicos e sociais, sem aprofundar o desequilíbrio das contas públicas. Durante a gestão de Tarso Genro, por exemplo, todos os servidores receberam em dia e ainda tiveram reajuste dos seus vencimentos (o que acabou repercutindo positivamente na economia local, já que servidores são também consumidores) e a saúde que foi deixada na UTI por Yeda Crusius, alcançou um padrão bastante satisfatório e elogiável, focado no fortalecimento do sistema em âmbito local e regional. Com Tarso, pela primeira vez na história nosso hospital firmou convênio e passou a contar com financiamento estadual, fato que na oportunidade impediu que o mesmo fechasse as portas. Com Tarso, a prefeitura de Herval adquiriu 3 veículos doblô, 01 van e 3 ambulâncias também com recursos do estado, além de outros tantos investimentos importantes em ações preventivas e curativas.

Crise não é motivo para cruzar os braços e muito menos para entregar nossas riquezas de bandeja. Pelo contrário, é partindo e apostando no nosso patrimônio que podemos dar a volta por cima. É na adversidade que se conhece a capacidade e o caráter dos governantes e o objetivo dos projetos políticos que representam. Nosso estado precisa e pode voltar a ocupar o lugar de destaque que já ocupou no passado não muito distante e, para voltar a ser grande, o primeiro passo é ter um grande governo. Não um governo que promova milagres, mas que saiba que não é se encolhendo, dando desculpas ou "entregando o ouro ao bandido" que as coisas boas acontecem.


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