Ato político



Ou a fatia majoritária da classe média brasileira pensa e age com grandeza ou o Brasil seguirá sendo mera colônia dos EUA e de alguns países europeus, reproduzindo velhos preconceitos, antigas formas de exclusão e vetustas misérias morais e materiais que vem desde a invasão Portuguesa em 1500.  


A classe média do atraso

Meu primeiro contato com a classe média do atraso brasileira foi em Porto de Galinhas, Pernambuco.
Me aproximei deles com a curiosidade e a esperteza de um antropólogo. As pessoas que encontrei estavam sentadas debaixo de um sombrinha e outros tomando sol, alguns bebiam água de coco e outros comiam uma espécie panqueca feita com goma de mandioca umedecida e temperada com sal.
Eram pessoas brancas que estavam hospedadas em belas pousadas, algumas haviam conseguido passar em concursos públicos no Estado, tinham um bom apartamento na cidade e uma educação universitária.
Eles liam uma revista de índole gregária, de baixo nível intelectual, chamada Veja, que era como uma bússola política para eles. Os vi assistir à TV Globo hipnotizados. Nessas fontes de mídia tinham absoluta credibilidade e não exibiam nenhum pensamento crítico, nem questionavam as informações que recebiam.
Mais tarde, soube que seu pensamento crítico era um medíocre preconceito copiado da mídia, uma conversa entediante que era sempre a mesma.
O universo deles era espaço improdutivo e mesquinho. Eles se sentavam nos restaurantes para criticar e desprezar aos pobres que recebiam Bolsa Família. Também tinham sempre um comentário depreciativo sobre a Venezuela, que eles haviam visto na televisão.
Quando repetiam e imitavam o que tinham visto na TV, faziam isso como se aquilo fosse o pensamento deles, como se essas ideias ou percepções tivessem saído de seus discernimentos e inteligências.
Os jornalistas da TV Globo eram como seus grandes orientadores, escutavam seus discursos como se estivessem ouvindo jornalismo sério. Ante a TV se comportavam como um rebanho cativo e domesticado.
Para eles votarem em um político, este tinha que ser indicado pela TV Globo, ademais tinha que ser um estereótipo europeu, um homem branco que havia chegado graças à fortuna da família a um lugar de privilegio. O dinheiro e a brancura era uma condição fundamental para que eles o considerassem de origem nobre.
Para eles, o branco elegido pela TV Globo era um homem chique. Uma pessoa que tinha que ser dada à liberdade absoluta, de modo que ele possa privatizar à vontade as propriedades do Estado.
Como todos sabem, o Brasil tem uma pobreza endêmica, uma desigualdade social herdada da escravidão, que vem do egoísmo da elite do atraso.
Mas pensar que essas pessoas pobres devem ser resguardadas pelo Estado, pensar que as crianças desprotegidas deveriam comer e ir para a escola, é para a classe média do atraso ter ideias perigosas e marxistas.
Se uma pessoa como '' Chico Buarque'' faz dinheiro com sua carreira, eles pensam quem deveriam ter que pensar como eles. Ou seja, um pensamento social que nasce do humanismo mais estrito e básico, para eles é ser subversivo e comunista.
A classe média do atraso internalizou conceitos arcaicos e agora pensa em termos sociais e políticos como um escravista do século 19.
Eles achavam logico pensar com a mesma violência psicológica do senhor de engenho ou com o mesmo espírito traiçoeiro do capitão do mato.
Outra coisa que é uma característica deles é o seu distanciamento, sua apatia com o compromisso com a riqueza nacional.
Eles pensam como os primeiros tupinambás da colonização, ponderam que temos que dar todo o Pau Brasil ao europeu. Digo precisamente como '' os primeiros tupinambás'', porque logo os índios perceberam que se tratava de uma relação desigual, na qual davam tudo para não receber nada. Por isso abandonavam a tarefa monótona de cortar árvores para o europeu, então eles passaram a fugir para o interior.
Recentemente houve um golpe de Estado orquestrado pela elite do atraso, e eles começaram a entregar o Pré-sal a preço de banana ao especulador estrangeiro.
O Mercado é um chefe invisível, uma Divindade que obedecem cegamente. As mensagens deste ser insaciável são emitidas pela TV Globo.
Nestes negócios ruins com o invisível Mercado, eles entregaram parte do Pré-sal a uma empresa estatal da Noruega.
Parece que eles são malucos e inimigos do estado em terras tropicais, mas ao cruzar o Atlântico defende o petróleo do estado socialista da Noruega.
É por isso que digo que neste país não só falta consciência política, mas há uma ausência de educação, de raciocínio básico e lógico no pensamento. Isso acontece porque durante anos a mídia corporativa fez uma lavagem cerebral neles.


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