Licença poética
Volto
a pedir licença para entregar-lhes novas palavras simples e sutis, arrancadas
do fundo do baú do meu ser...
Vivo tentando bancar o
forte, o inquebrantável, o inabalável.
O fato é que tudo aqui dentro me perturba, fadiga e amedronta.
Quando muito sou um cara esforçado,
um fingidor (ou seria fugidor!)...
Esforçado, porém perdido
nas curvas do sul que habito.
Esforçado, mas sem forças
para espantar o medo e mudar hábitos,
Encarar a mim mesmo ou encontrar
um norte.
Sou um maldito que
prefere ser mais útil que amado,
Sou um covarde que joga
suas mazelas pra debaixo
Do tapete negro que é meu
ser sem noção ou amor próprio.
Se nem mesmo eu me
suporto, ninguém precisa me suportar.
Se nem eu aguento meus
baldios e o sufoco que provoco,
Ninguém neste mundo
precisa me ter pena e aturar minhas penas.
Se pareço forte, é porque
a força aparente me serve de consolo,
Alento, amuleto, refúgio,
esconderijo, veste e perfeito disfarce...
A verdade é que sou
reles, medroso, exausto e fraco até a raiz do cabelo.
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