Viva Herval e a nossa gente!
Volto ao assunto da pregação absurda do pastor Adriano, para deixar bem claro meu ponto de vista sobre o assunto, se é que já não o fui.
Para mim o citado pastor além de infeliz, foi muito cruél com as pessoas da terra que o acolheu tão bem e de onde ele retira seu abundante pão de cada dia. O que ele disse e pensa sobre a "terrinha" não condiz com a realidade de um povo majoritariamente do bem e, além disso, acaba por revelá-lo como lobo em pele de ovelha.
O que tentei expor em escrito anterior é que não podemos, por algumas atitutes intolerantes ou violentas, dar margem para que seu pensamento em relação a nós se torne realidade. Penso que o maior pecado desse senhor, é que ele se caracteriza como uma pretensa autoridade religiosa cristã e os cristãos, como sabemos, devem ter uma postura no trato com seus semelhantes exatamente oposta a que ele acaba de demonstrar para a indignação dos hervalenses e de todas as pessoas de alma aberta e corpo liberto.
Portanto, as palavras deste pastor são dignas da nossa mais profunda indignação e do nosso protesto, mas sem excessos, fundamentalismos ou violências de qualquer tipo. Não demostremos, por gestos ou palavras, que este cidadão tinha razão em relação a nossa índole ao ferir-nos tão dolorosamente com sua língua afiada, repito uma vez mais. Esperneemos, botemos a boca no trombone, mostremos que ele pisou na bola e que está fora da casinha, mas dentro dos limites da lei e da razão. Também não digo que devemos passar-lhe a mão por cima ou fingir que nada foi dito. Não, digo apenas para evitar que de vítima passemos a vilões.
Por outro lado, em meu escrito anterior publicado aqui no blog não defendo nenhuma religião, mas a necessidade de nos ligarmos com Deus, e para isso o único e verdadeiro caminho é o exemplo ainda vivo de Jesus Cristo. Para estar com Deus não é preciso de intermediários ou atravessadores, esse é princípio básico da religião que pratico. Também não sou sectário ao ponto de achar que as religiões humanas não tenham alguma virtude. O que devemos combater é o fanatismo religioso e a exploração da fé das pessoas para qualquer fim diferente daquele que é o de nos LIGAR a DEUS.
Neste sentido, penso que devemos ter muito cuidado ao julgar nossos semelhantes, mesmo que seus atos e palavras sejam repugnantes, como foi o caso das palavras infelizes e revoltantes proferidas pelo pastor Adriano. Lembremos dos norteamericanos que a pretexto de combater o terrrorismo no mundo, se converteram eles mesmos em terroristas. Cuidado para não confirmamos a pregação desse pastor que nos qualifica como incivilizados, volto a insistir. Desmintamos suas palavras não com gritarias ou atitudes mais fanatizadas que as dele. Amemos e exaltemos as virtudes e belezas da nossa terra e da nossa gente, mas não façamos dela uma religião a qual é preciso louvar cegamente.
Andemos além da mera execração pública deste senhor, ainda que esta nos pareça justa e justificada. Nesta hora tão amarga, extravazemos nossa raiva, mas também convidemos este pastor sem rebanho e o mundo inteiro a ver as coisas boas da nossa amada terra, como nossa culinária, nossas belezas naturais, nossos talentos, os frutos que brotam do suor do nosso trabalho, as riquezas da nossa história, o encanto de nossas lindas mulheres, o sorriso das nossas crianças, a alegria dos velhinhos e suas histórias de dores e delícias sobre o chão nosso de cada dia.
Viva Herval e seu povo! Viva a fé que nos leva, ao invés de nos afastar de Deus e do caminho de amor, tolerância e perdão vivido pelo mestre Jesus!
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