Ato político


Para quem ainda não captou o que está acontecendo no país em termos políticos e econômicos, eis um escrito esclarecer e certeiro da deputada estadual Stela Farias.
Para mim, a cada dia fica mais claro e cristalino que o PT virou a “Geni” da nação – que até os safados de carteirinha se acham no direito de jogar-lhe pedras –, não por causa dos seus erros, mas especialmente pelos acertos que colocaram os pobres no orçamento público, estabeleceram um projeto claro e exitoso de desenvolvimento nos quatro cantos do Brasil e levaram nosso país a ocupar posição de destaque no cenário geopolítico mundial.
Havia a corrupção nos governos do PT (praticada muito mais pelos corruptos de sempre do que por petistas, como revelam as delações), como sempre existiu desde que os portugueses se apossaram das terras dos índios. Corrupção que antes corria solta e raramente se tinha notícias, que só veio à tona de forma tão explícita agora, graças às leis e mecanismos instituídos pelos governos petistas e, também em virtude da caça ao PT fabricada e orquestrada pelas velhas raposas que tomou conta desse insano e cego país, não com o objetivo de barrar a corrupção, e sim de que ela voltasse a ser varrida pra debaixo do tapete e para derrotar o Brasil vencedor e justo que as políticas capitaneadas por Lula e Dilma vinham produzindo.
A meta e o alimento daqueles que golpearam a democracia, cara pálida, nunca foi passar o Brasil a limpo. Até porque eles são os verdadeiros bandidos dessa história e desde sempre possuem ficha suja e culpa no cartório. O que eles querem – e estão conseguindo – é usar esse teatro todo para jogar nosso país de volta ao passado de miséria, desigualdade, violência, falta de esperança e submissão diante da torpeza das nações que se julgam “donas do mundo”.

A ideologia invisível e a ausência de projeto de nação (por Stela Farias)

A Fundação Perseu Abramo publicou o resultado de uma pesquisa qualitativa intitulada “Percepções e valores políticos nas periferias de São Paulo” em que fica demonstrado o motivo do sucesso dos governos do Partido dos Trabalhadores. A população de baixa renda reconhece o papel dos programas sociais criados por Lula, como principal responsável por sua inserção no mercado de trabalho, por possibilitar real ascensão social, principalmente através das políticas de acesso ao ensino superior. A pesquisa também demonstra que essa população é conservadora, valoriza o empreendedorismo e quer que as políticas públicas criem oportunidades de crescimento.
Quase que imediatamente, já apareceram as primeiras leituras distorcidas do trabalho da Fundação, afirmando que a população prefere as políticas neoliberais que pregam a desregulamentação da economia e o fim do Estado. Quem faz isso são os mesmos que não oferecem alternativa nenhuma à essa mesma população, tampouco à sociedade brasileira. Preferem manter-se fiéis à estratégia clássica do neoliberalismo: utilizar-se de crises circunstanciais ou provocadas, para impor políticas impopulares, enquanto as pessoas estão distraídas pela preocupação com sua própria sobrevivência.
Se as populações periféricas aparecem como conservadoras é porque elas sim, têm muita coisa a perder, pois o pouco que conquistaram ao longo de décadas de condições desiguais, de preconceito e de falta de oportunidade, lhes custa muito caro e mais do que nunca está sob ameaça.
Os adversários do PT, da esquerda e da democracia, precisam urgentemente demonstrar o que têm a oferecer ao país. Até agora, junto com Michel Temer e o fim da democracia veio o aumento vertiginoso do desemprego, entrega das riquezas naturais para o capital estrangeiro – em especial as reservas petrolíferas estratégicas em qualquer outro país – a falência de setores que despontaram nos últimos 15 anos, como a indústria naval, o fim dos programas sociais, o aumento de violência e um pacote de retrocessos trabalhistas e previdenciários sem precedentes na história do Brasil e que vai devolver o país à patamares da década de 20, antes do advento da CLT.
Por isso, o neoliberalismo, essa ideologia invisível, silenciosa, que seus defensores raramente citam nominalmente, mas que a praticam assim que assumem cargos eletivos, impondo ao conjunto da sociedade fórmulas que ao redor do mundo produziram fome, desemprego, violência, desigualdade, poluição e destruição ambiental, precisa é ser combatida.
Exceto por interesses bem particulares, não há porque defender uma ideologia que desde sua aplicação tornou o crescimento econômico muito mais lento em boa parte do mundo e para uma pouquíssima casta, beneficiada, paradoxalmente, por políticas públicas sem critério, ou por que seus despachantes no poder público lhes repassam estatais a preço de banana.
Aqueles que defendem a desigualdade como uma qualidade do mercado, precisam urgente caminhar na direção oposta e oferecer algum projeto político real, que comece nas urnas e não no tapetão. Não possuem projeto político, como não tratam de interesses de ordem republicana, democrática e muito menos popular.
Sempre que o mercado entra em crise é para o Estado que eles correm, em busca de fundos, de orçamento público, de isenções fiscais e alteração em leis trabalhistas, que invariavelmente sacrificam os trabalhadores para garantir sua alta lucratividade.
Até quando vamos tolerar manobras antidemocráticas que atentam diretamente contra os interesses nacionais e dia-a-dia no pós-golpe, empurram o Brasil de volta para a miséria, o desemprego, a desigualdade e a desorganização interna? Até quando vai a tolerância à turma do achaque internacional das riquezas nacionais e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras?
Stela Farias é deputada estadual, líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa.

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