Lições de um coração que nunca parou de pulsar II
Todo amor puro ou
compartilhado contém pitadas de piedade, afeto, fogo, gratidão, admiração etc.,
mas nem toda piedade, afeto, fogo, gratidão, admiração, significam ou se
traduzem num amor por completo.
Hoje percebo que um dos
maiores males que se pode fazer a outrem e a nós mesmos é alimentar ou deixar
rolar um amor que não sentimos, apenas porque nos sentimos protegidos ou
seguros ou gratos ou desejados ou respeitados ou sei lá o que mais.
Sentimentos, sem dúvida,
gigantescos e magníficos, porém muito aquém do amor que todos precisam e
merecem dar e receber reciprocamente.
Amor tem outro tom, outro
sabor, outra cor, outro tempero.
Até porque quem tanto
corre atrás, provavelmente não toparia bancar a mesma aposta feita em relação a
ela caso estivesse no nosso lugar ou se um dia os papéis viessem a se inverter.
A vida sempre ensina, mas
tem sentimentos ou relações que definitivamente é melhor não viver. Ou viver do
jeito certo. Isto é, transa é transa, namoro é namoro, afeto é afeto, paixão é
paixão...
Aprendi também que nunca
se deve entrar ou apostar numa relação apenas pelo medo da solidão ou por algum
sentimento de culpa decorrente do fato de não haver correspondido
satisfatoriamente um amor recebido. Afinal, o coração é um músculo involuntário
que pulsa por contra própria e raramente acata os comandos do cérebro ou as
ordens da razão.
Assim, nunca se deve confundir sentimento de culpa com amor ou achar culpados se o amor que não é
amor não vingar.
Assim, o que é para durar
que se alimente, o que o que é passageiro ou temporário que se aproveite ao
máximo e seja (e) terno enquanto dure e o que não é para ser que se corte logo
pela raiz.
Se não, tudo não passa de
perda de tempo e passaporte para uma viagem num trem de mágoas, rancores, mal
entendidos, acomodações, incômodos gratuitos, acusações sem prova para crimes
não cometidos ou que não se pode punir.
Se não, alguém vira vilão
e a outra parte assume papel de vítima ou mocinho (a) inocente e indefeso (a), eximindo-se dos erros e desacertos que lhe competem.
Se não, logo adiante tudo
descarrila e definha e a piedade vira mar ou muro de lamentações, o afeto vira
repulsa, o fogo vira banho de água fria, a gratidão vira nada e a admiração
vira pó e morre na praia.
Viva o amor, com todas as
forças da nossa carne fraca, apenas se for amor ou um sentimento plenamente
correspondido.
Se não for, viva o que é
para ser, mande logo embora e siga em frente, sem culpa, sem lembranças
amargas, sem lambanças, sem desencontros, sem farpas!
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