Licença poética
Volto a pedir licença para entregar-lhes
novas palavras simples e sutis, arrancadas do fundo do baú do meu ser...
Foi um ano bom!
Afinal, nesse ano revivi o desamor e
não perdi a crença de que o amor é o melhor farol para guiar na busca de um
lugar melhor e único caminho para levar ao melhor que podemos ser.
Sigo amando o Criador, a vida, a mim
mesmo e o que restou de humanidade nas gentes do mundo.
Sigo amando a pureza da criança, a
sabedoria dos mais velhos, purê de batatas, uma taça de vinho, a leveza do
verso, a mão que alimenta, um passo de dança, o seio que amamenta e seduz, o
som que suaviza, o canto do passarinho, o céu que eterniza, estar no meu canto,
as pedras no meio do caminho...
No ano que ora passa, os reveses me
fizeram mais forte e os tropeços mais conectado em meus passos.
Aprendi a não ter medo da solidão nem
do escuro nem de bicho papão.
Aprendi a prosseguir apesar do
cansaço, a inventar novos caminhos e redescobri o sul como meu norte.
Aprendi a não criar expectativas
demasiadas em relação a mais ninguém nem ser escravo ou expectador da minha
própria vida.
Aprendi a não ter vergonha de usar nariz de palhaço nem de transparecer tudo de belo e genial que existe em meu universo.
Aprendi a não ter vergonha de usar nariz de palhaço nem de transparecer tudo de belo e genial que existe em meu universo.
Aprendi a não ter pena de mim e que
não vale a pena abrir o coração ou estender a mão a quem não vale a pena.
Aprendi a retribuir algumas trapaças
com tapas de luvas, outras mostrando a outra face ou ainda a pagar outras com um
maço de notas falsas.
Aprendi a não esperar nada em troca e
a dar o troco na mesma moeda.
Aprendi a desconfiar das aparências e que nunca se deve entregar pérolas aos porcos.
Aprendi que no mundo da matéria nada
é feito para durar e que o amor sincero é terno e etéreo e eterno.
Aprendi a valorizar o que tenho e a não correr atrás de quimeras ou de tudo que tira a força, a fé ou o foco.
Aprendi a valorizar o que tenho e a não correr atrás de quimeras ou de tudo que tira a força, a fé ou o foco.
Aprendi a achar graça das minhas
fraquezas e fracassos e que as melhores coisas são as mais simples e de graça.
Aprendi a vestir minha melhor beca e
que nunca se deve bancar o bacana nem entrar num beco sem saída.
Aprendi a degustar os melhores
pratos, o valor de um pranto, a deixar para trás o desgosto e a curtir ainda
mais a riqueza das plantas.
Foi um ano bom e não importa se
o ano que chega será melhor ou pior.
O que realmente importa é que
estou vivo e de alma renovada e sedenta para seguir semeando e colhendo os
frutos que plantar na terra, em outrem e aqui dentro!
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