Momento poético
Estou cansado da inteligência.
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reação aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára, meu coração!
Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reação aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára, meu coração!
Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Estou
cansado da inteligência.
Se ao menos com ela se percebesse qualquer coisa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como pairam em taças
Aquelas que o vinho tem e amodorram o vinho.
Se ao menos com ela se percebesse qualquer coisa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como pairam em taças
Aquelas que o vinho tem e amodorram o vinho.
(Álvaro de
Campos – 18-6-1930) heterônimo de Fernando Pessoa
(publicado no livro Poemas de Álvaro de Campos – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 178)
(publicado no livro Poemas de Álvaro de Campos – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 178)
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