Confissões de um poeta louco ou de um louco poeta!


Já fiquei numa relação apenas por causa dos filhos. Já dei fim ou deixei esfriar relacionamentos por causa dos filhos. Já assumi filho que não é meu biologicamente falando. Já aceitei o desafio e a alegria de ser pai do coração. Já me demorei em relacionamentos muito mais em razão dos filhos da e apenas da parceira. Já tive relacionamentos à distância que ajudei nas despesas como se vivesse debaixo do mesmo teto. Já aceitei entrar num relacionamento com a pessoa grávida de outro. Já esperei por alguém por mais de um ano para assumir um relacionamento que, por conta do desdém ou farsa da outra parte envolvida, logo não deu em nada.

Já abri mão de espaços ou oportunidades em favor de outras pessoas. Já dei a outros os créditos por coisas que fiz. Já estive muitas vezes na cara do gol, mas preferi passar a bola para um companheiro, tanto no futebol quanto na vida profissional e política. Já publiquei um livro. Já plantei algumas árvores. Já viajei por quase todas as partes da minha terra e por vários lugares do meu estado e fora dele. Já trabalhei em muitos projetos sem cobrar nenhum centavo. Já vi meu trabalho ajudar a salvar vidas ou curar enfermidades. Já vi meu trabalho ajudar a realizar sonhos ou colocar as coisas nos eixos. Já vi também meu trabalho ajudar a plantar sementes e colher muitas coisas boas para muita gente.

Fui, provavelmente, o primeiro cidadão da minha cidade a criar e alimentar um blog regularmente. Já perdoei erros imperdoáveis. Já fui condenado por erros que não cometi. Já chorei algumas perdas e pela passagem de pessoas queridas. Já ri muito sem motivo e por alcançar algumas vitórias e conquistas. Já tentei me colocar no lugar e sentir a dor de outrem. Já vi pessoas caras virarem a cara para as minhas dores. Já conheci as raias da loucura e os abismos do abuso. Já cai do cavalo. Já levantei incontáveis vezes, sempre melhor e mais forte. Já brinquei com fogo. Já fui queimado pela falta de amor de quem jurava me amar. Já sofri injustiças, ataques infundados, falsos testemunhos...

Ainda vivi pouco ou fiz quase nada, mesmo assim tenho uma boa bagagem e meus passos, para quem presta atenção neles, indicam que estou longe da perfeição, porém sempre prezei por ser verdadeiro e para além das palavras. Contudo, nunca falta quem confunda o intento de ser correto com ser trouxa. Também não falta quem aponte uma flagrante contradição entre o que escrevo e aquilo que faço ou veja apenas as palavras que saem de mim, muitas vezes arrancadas a suor ou fórceps. Talvez por pura maldade ou visão míope. Talvez porque julguem os livros pela capa ou pela opinião apressada que a crítica faz sobre eles. Talvez porque confundam ou limitem o autor à sua obra.

Na verdade, o que se escreve diz muito, porém nem sempre diz alguma coisa sobre quem escreve. Bom lembrar que poetas e escritores tem o dom de inventar, como atores tem o dom de representar.

Então, se queres conhecer-me, mira o homem ou o ser que se protege ou esconde por trás das palavras, como se elas fossem escudo ou capa. Mira e observa meus passos e tropeços. Mira por ti mesmo e livre de preconceitos ou expectativas ou interesse de andar ao meu lado. Mira com "teus próprios olhos" e sente-me com teu coração, pois o juízo alheio costuma falhar ou é feito tão somente para ferir ou deturpar.

Sou péssimo em falar das minhas intimidades e detesto fazer propaganda de mim mesmo, mas quando coisas que estão na cara não são vistas ou se prestam à incompreensão ou maldade alheia, abrir o baú do nosso ser é um dever.

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