Licença poética
Peço licença outra vez para entregar-lhes mais palavras simples e sutis,
arrancadas do fundo do baú do meu ser e inspiradas na minha musa imaginária...
Na tua ausência, cuido dos meus
afazeres, leio um livro que nunca consigo chegar no final, evito andar nas
ruas, rodas ou aglomerações, malho até ficar extenuado, jogo futebol com os
amigos, me esmero para melhorar a cada dia como gente, vou deixando a vida me
levar.
Frequento meu círculo religioso para
fazer contato com as forças superiores do universo, curto e compartilho coisas
do mundo do meu filho. Escuto uma canção para interromper o silêncio, rego as
plantas, planto uma árvore, presto atenção no canto
dos pássaros, admiro o espetáculo da natureza, acaricio até provocar o ronronar
do gato preto que me desses, provo um pedaço do teu chocolate preferido.
Como um cuco, conto as horas e intercalo os minutos que não
passam com um verso que verto para exaltar tua bela e doce presença no mundo.
No mais, mudo tudo constantemente de lugar, mostro-me mudo ou inerte, mesmo
executando mil tarefas ou movimentos. Nada parece tocar, animar, mover ou mexer
comigo.
Tua falta me dói, desarticula o pensamento, congela tudo aqui dentro, embora eu toque o barco e embarque nas coisas que se movem a minha volta.
Tua falta me dói, desarticula o pensamento, congela tudo aqui dentro, embora eu toque o barco e embarque nas coisas que se movem a minha volta.
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