Posso ter pisado na bola, mas o jogo continua...
Tenho uma história de lutas em
favor da democracia e, mais do que ninguém, sei o quanto dói na pele a dor de
um preconceito.
Sou filho de um caminhoneiro e
de uma mulher semianalfabeta e, ao longo da minha caminhada, já fui vítima de muita
discriminação pela condição social que herdei dos meus pais.
Temos o exemplo de grandes
lutadores pela democracia em nosso município, como o atual presidente do Legislativo
vereador Elio Soares e outros tantos que já partiram desse mundo. No entanto, poucas pessoas nesse município podem falar
verdadeiramente do cerceamento da liberdade de expressão, em plena democracia,
como eu mesmo.
Lembro
que há pouco mais de uma década quando comecei a publicar meus escritos,
incentivado pela professora Fatinha e pelo saudoso Osmar Hences, fui alvo de
uma série de arbitrariedades e pré-conceitos, sendo que um político que sempre
se apresentou como defensor dos humildes chegou a sugerir que a Câmara
Municipal deveria me convocar para dar explicações sobre um de meus escritos no
jornal, algo que extrapola as atribuições de um Poder que existe para
fiscalizar os atos do Executivo, e não dos cidadãos e cidadãs.
Portanto,
tenho compromisso com os princípios democráticos e já dei muitos testemunhos em
favor da liberdade de manifestação e de escolha.
Se
em algum momento suscitei um entendimento contrário em alguma manifestação no
mundo virtual, tenham certeza de que me expressei de maneira equivocada (tem
dias que estamos de mal com as palavras), agi no calor da emoção ou então
minhas palavras foram convenientemente distorcidas por pessoas que não tem
compromisso com a verdade e fazem de tudo para ver o circo pegar fogo.
É muito
bom ver as pessoas participando da política, sobretudo a nossa juventude. O bom
da democracia é isso: as pessoas podem sair às ruas, carregando sua bandeira,
defendendo um nome da sua preferência, colorindo a cidade com suas cores
preferidas.
Apenas
quis chamar a atenção para o momento rico que estamos vivendo no município, talvez um dos mais ricos da nossa história em termos de
desenvolvimento e oportunidade para as pessoas.
Não
quis dizer que essa gurizada alegre e medonha tenha que escolher o candidato da
minha preferência, até porque o Herval é o nome mais importante nesse e em
todos os momentos. Quis dizer apenas, que não podemos perder essa oportunidade
de fazer um município cada vez melhor e uma política cada vez mais consistente e
mais próxima da vida das pessoas. Cada um escolhe o candidato que melhor lhe
convém, que bom que novos nomes estão surgindo e que bom que agora é assim.
O
que chamei atenção também é que nem sempre foi assim. Muitos e muitas precisaram
dar suas vidas para que hoje tenhamos o direito de fazer algo que parece tão
simples: carregar livremente a bandeira de uma candidatura, dizer sem receio eu
voto e faço força para eleger o fulano de tal. É nesse contexto que minhas
palavras, equivocadas ou não, devem ser entendidas.
Em
nome de tantos e tantos que tombaram para que pudéssemos chegar aonde chegamos
é que não podemos extrapolar, agredindo ou hostilizando quem manifesta opinião
diferente da nossa. Democracia, em síntese, é o livre embate entre as ideias; e
as opiniões contrárias as nossas, certas ou erradas, precisam ser respeitadas. Do
contrário retrocedemos em algo que devemos sempre avançar.
O oposto
da política é a guerra, a cacicagem, a negociata com aquilo que é público. Então,
façamos política com alegria, sem baixarias ou ofensas e sem esconder nossas
preferências. Defendamos com entusiasmo aquilo ou quem bem entendemos. Não repitam meu provável erro, eu que sempre me julguei bom com as palavras e num dos momentos que elas
precisam ser tradadas com ainda mais carinho, acabei pisando na bola e sendo traído por
elas, o que contribuiu para incitar uma polêmica inútil, desnecessária e indesejável.
Mas
estou sempre disposto a aprender, especialmente com os mais jovens, e não tenho
nenhum problema de reconhecer meus erros. Errar é humano e aquele que estiver
sem pecados que atire a primeira pedra. Só não vamos transformar um erro casual,
isolado e cometido sem a intenção de errar em motivo para arrefecer os ânimos,
provocando ranços indesejáveis e abalando os alicerces da democracia, justamente
no momento da grande festa democrática.
Nesse
caso específico, errei (ao menos muitos entenderam assim) porque tive uma intenção e no calor das coisas acabei
expressando outra, exatamente oposta a minha intenção e a meu compromisso com o
amadurecimento da democracia e da livre manifestação. Errei porque nossa democracia
ainda é muito frágil (o que se presta a interpretações equivocadas) e as redes
sociais são um espaço muito novo para propagar algo que envolve uma
carga enorme de paixão como o jogo político.
Posso ter pisado na bola, mas o jogo democrático continua. Por isso, admito meu errou e peço que deixemos as pedras de revide de lado, pois amanhã o errado pode ser nós e quando erramos mais vale que nos estendam a mão para que possamos reparar o erro do que sermos apedrejados. Isso vale para mim e para todos nós, relês mortais.
Posso ter pisado na bola, mas o jogo democrático continua. Por isso, admito meu errou e peço que deixemos as pedras de revide de lado, pois amanhã o errado pode ser nós e quando erramos mais vale que nos estendam a mão para que possamos reparar o erro do que sermos apedrejados. Isso vale para mim e para todos nós, relês mortais.
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