Licença poética





Peço licença novamente para entregar-lhes mais palavras simples e sutis, arrancadas do fundo do baú do meu ser e inspiradas na minha musa imaginária...

De repente me sinto um nada!
Sem rumo, sem rima, sem ar, sem prumo...
Sem tua leveza, sem a luz do teu olhar.

De repente, sinto meu ser desprovido de razão.
Sinto o coração partido em mil pedaços,
os olhos perdidos e imersos num imenso cansaço.

Só me resta seguir vazio de mim e cheio de ti.
Só me resta transbordar sentimentos sem eco e sem corpo.
Só me cabe afogar tua falta que sufoca meu peito!

Nada possuo! Nossos passos se perderam no pó dessa estrada!
Antes de partir, porém, te entrego um abraço dorido e esse verso,
como último afago e apelo para que não guardes ou retenhas
nada de mim: nenhuma lembrança nem sequer meus traços.


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