Osmar (e) ternamente


Há exatamente um ano, o extraordinário Osmar Hences regressava à pátria espiritual, deixando-nos a alma deserta e o peito apertado, mas também com as marcas profundas de suas magníficas lições. Refiro-me a mim e outros (as) tantos (as) mais, que tiveram a sorte e o privilégio de encontrá-lo nas estradas desta vida. Que bom ele ter existido em mim e em todos nós!

30 de abril de 2009! Como apagar as lembranças doídas daquele dia frio e interminável, carregado com as nuvens escuras do espanto e do incontrolável pranto?

Não por acaso, seu corpo seria sepultado no dia 1º de maio (dia do trabalhador), numa espécie de homenagem Divina a quem trabalhou dia e noite para que o trabalho fosse sempre fonte da dignidade, e nunca da exploração humana.

“O senso comum acredita que a riqueza provém da própria riqueza, sendo que é o trabalho que primeiro produz a riqueza. Não existe riqueza que não seja produzida ou reproduzida pelo trabalho. Esta é a grande vantagem do explorador: o explorado acredita não ter condições de se manter vivo sem a presença de alguém que o explore, quando na verdade o explorador só existe como tal porque se apropria da quase totalidade da riqueza produzida pela força de trabalho daquele que é explorado”, ensinava ele.

Esta é a principal lembrança que quero guardar do “sor” Osmar: um sujeito vivo, arguto, leal, amoroso, humilde, visionário, alegre, sensível, generoso; que ensinava tanto quanto se deixa ensinar; que era capaz de amar alguém mesmo discordando de alguns de seus gestos ou pontos de vista; que andava com os pés no chão e os olhos sempre mirando as estrelas... Sobram adjetivos para descrever figura tão encantadora e iluminada!

Ao longo de sua vida, quantas vidas ele iria resgatar dos abismos do abandono ou da indiferença!

Em sua rápida passagem por este mundo de dores e desafios, quantos talentos ele iria ajudar na sua própria (re) descoberta, como uma ave que ensina seus filhotes a voar, sem nunca carregar-lhes no colo!

Fui e sou um destes, banhados pelo seu oceano de sabedoria e ternura, e disso me encho de orgulho.

Osmar, mar imenso de amor! Lembrando teus versos, espero que sigas “preparando a terra pra um mundo novo”, na vida que existe depois desta vida.

À ele, a minha vibração de (e) terna saudade e gratidão!

Comentários

Saudade...
Não tenho palavras, no meu vocabulário, que traduza tudo que tenho guardado no coração, de sentimento em relação ao Osmar. Muito respeito e SAUDADE.
Vera Lúcia Gonçalves
Cláudio Hences disse…
Toninho, apesar do pouco contato, diretamente, eras assunto corrente em minhas conversas com o Osmar. Teu texto é uma (com)seqüência das rodas de mate, das interpretações que ele tinha do mundo. As analogias são próprias das pessoas que lhe eram próximas. Um grande abraço pra ti.
ALINE disse…
Toninho,nunca ninguém descreveu tão fielmente o mestre como você o fez em seu blog,fui as lágrimas,esse índio deixou saudades,pois acredito que ninguém foi tão iluminado e tão digno quanto ele.saudades!
Taty disse…
Obrigada!!!
Simplesmente OBRIGADA,por escrever um texto tão maravilhoso,para uma pessoa que só saudades nos deixou
Taty .
Unknown disse…
"Fui e sou um destes, banhados pelo seu oceano de sabedoria e ternura, e disso me encho de orgulho."
...QUE A MINHA MENTE TEM CERTEZA DA TUA AUSÊNCIA, MENOS O MEU CORAÇÃO.
bandit disse…
osmar foi meu professor,não tinha muita amizade de perto mas ficamos muito triste com sua morte perdemos um cara muito inteligente
Unknown disse…
Passam dias meses e ano. Leio, penso e sem palavras precisas crio coragem e escrevo: "vivo o vivo ensinamento de dignidade e avanço de prosperidade" que herdei do Mestre.

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