Andamos muito, mas ainda falta chegar lá



Durante os governos Lula e Dilma, o saneamento rural entrou na agenda de investimentos permanentes do país e se tornou uma política pública importante nos quatro cantos do Brasil. Assim, no ano de 2007 Herval foi contemplado, através do PAC I, com recursos de cerca de R$ 300 mil para instalação de sistema simplificado de abastecimento de água (poço artesiano, mecanismos de adução e caixa para a reservação) nos assentamentos São Virgílio, Cerro Azul e Santa Rita III. Contudo, pendências administrativas da gestão local da época – que deixou o município por quatro anos estacionado no SPC das prefeituras – inviabilizaram o andamento do projeto naquele momento.

Em 2009, Ildo Sallaberry assumiu o comando da prefeitura e as coisas começaram a andar. Após cumprir as exigências técnicas e administrativas do projeto, em 2012 fora realizada a primeira licitação visando à contratação de empresa para executar a obra, não aparecendo nenhum interessado. Na sequência, procedeu-se a realização de um segundo processo licitatório e uma empresa cumpriu os requisitos do edital e chegou assinar o respectivo contrato de prestação de serviços. No entanto, após a assinatura do contrato, essa empresa passou a exigir da prefeitura uma complementação de recursos para iniciar a obra, fato que motivou a rescisão do contrato no final de 2012.

Ainda em 2012, Herval foi novamente contemplado com recursos para investimento em saneamento rural. Desta feita, com um valor de pouco mais de R$ 2 milhões, por meio do PAC 2, para instalação das redes de abastecimento de água nos três assentamentos já contemplados no PAC I. Após cumprimento das exigências técnicas e administrativas pertinentes, em 2013 esse convênio também ficou apto a ser licitado. Por orientação da Funasa, órgão do governo federal que financia esse empreendimento, em meados de 2013 a prefeitura lança um edital de licitação, prevendo a contratação de uma única empresa para realizar os serviços previstos nos dois convênios, TC/PAC 0947/2007 e TC/PAC 0134/2012. A intenção era tornar o projeto mais atrativo para os licitantes e reduzir o risco de uma nova licitação deserta em relação ao objeto previsto no convênio de menor valor (TC/PAC 0947/2007). E a estratégia foi bem-sucedida, uma vez que várias empresas disputaram o certame e a vencedora foi uma empresa com sede em Candiota - JR Pereira.

As obras iniciaram ainda em 2013 e a previsão era que fossem concluídas no primeiro trimestre de 2014. Entretanto, atrasos nos repasses dos recursos dificultaram o cumprimento do cronograma, levando a paralisação parcial das obras num primeiro momento e a paralisação total já no ano de 2015, situação que obrigou a prefeitura a reincidir o contrato com a empresa pelo descumprimento dos prazos estabelecidos. Desta forma, o convênio de 2007 foi paralisado com um percentual de execução de 70% e o convênio de 2012 quanto havia atingido 96% de execução.

De lá pra cá, a administração vem se empenhando fortemente para retomar e concluir as obras. Em 2016, foram realizadas duas licitações, porém em ambas não surgiu nenhuma empresa interessada. Em fevereiro desse ano, já sob o comando do prefeito Rubem Wilhelnsen, realizou-se nova licitação e novamente o resultado foi deserto. Diante disso, no mês de março o comando da prefeitura reuniu-se com a direção da Funasa para discutir o assunto e traçar nova estratégia, visando superar o impasse.

Na ocasião, a sugestão foi que a prefeitura encaminhasse projeto para aprovação da Funasa prevendo a ampliação da meta original dos convênios e mantivesse a estratégia de ofertar os dois convênios numa única licitação, na ideia de tornar o empreendimento mais atrativo e fazer com que o convênio de 2012 (de valor maior e execução mais fácil) desse “carona" para o convênio de 2007 (de valor menor e menos lucrativo para os empreendedores), além de possibilitar a utilização da totalidade dos recursos já disponíveis nos cofres da prefeitura, incluindo os respectivos rendimentos bancários.

Ocorre que, logo após essa reunião, a prefeitura estabeleceu parceria com a Corsan e Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação do RS, a fim de realizar os testes de qualidade da água e vazão dos poços exigidos no projeto. Nesse momento constatou-se que o poço artesiano perfurado no assentamento São Virgílio havia sido obstruído, provavelmente por um ato de vandalismo. Com isso, seria preciso primeiro resolver esse problema para ter condições de licitar e retomar a execução da obra.

Diante do ocorrido, a prefeitura então buscou parceria com o governo do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que deverá perfurar um novo poço artesiano no São Virgílio nos próximos meses. Sem que esse trabalho seja feito, não é possível dar continuidade nas obras nos outros dois assentamentos, pois o convênio estabelece as obras previstas no TC/PAC 0947/2007 como um único objeto e a lei das licitações proíbe o fracionamento de um objeto no momento da contratação dos serviços.

Desta forma, na última quinta-feira (14), dirigentes e técnicos da prefeitura reuniram-se novamente com a superintendente e técnicos da Funasa, com o intuito de avaliar a questão e alinhar informações e encaminhamentos. Na oportunidade, foi constatado que o melhor caminho é a prefeitura centrar fogo e finalizar o trabalho já iniciado com o objetivo de viabilizar uma nova licitação dos serviços previstos no primeiro convênio firmado com a Funasa, o que irá possibilitar a instalação dos poços artesianos e a entrada em funcionamento desse sistema de abastecimento de água nos três assentamentos. Já a ampliação da meta, o processo licitatório e a conclusão das obras relativas ao segundo convênio de 2012, deverão ficar para um momento posterior, caracterizando um segundo passo. O fato é que resolvendo os problemas técnico-administrativos e com a execução das obras relativas à instalação dos poços artesianos, o sistema já estará em condições de funcionar e a maioria das famílias desses assentamentos poderá ver a água jorrar em suas torneiras.

A notícia que todos esperam e gostaríamos de dar nesse momento seria da retomada imediata dessa obra, porém no meio do caminho existe uma série de obrigações legais, técnicas e administrativas que precisam e vêem sendo cumpridas pelo governo municipal para poder alcançar tal objetivo e honrar o compromisso de efetivar esse investimento tão importante e aguardado. Investimento público nem sempre é fácil de sair do papel, mas com perseverança, paciência, soma de esforços e valorização do trabalho de uma equipe de profissionais e dirigentes do município que já provou que gosta e sabe fazer obras, as coisas acontecem em benefício da comunidade sem ferir as regras e princípios da administração pública.

Comentários

Unknown disse…
Essas são as migalhas do PT, que so serviram de esmolas para esconderem os grandes desvios dos politicos ladrões por todo esse Brasil. Estive no Nordeste semana passada, e por lá a coisa é pior ainda, onde as pessoas alem de receberem um monte de promessas, nem o dinheiro viram, mas a politica rolou solta. É uma vergonha para o nosso pais que isto ocorreu, mas graças a Deus existem pessoas sérias como o Ildo e Ruben que não aceitam fazer parte de falcatruas e trabalham para que mesmo com recursos escassos consigam atender uma população carente e necessitada. Parabens por vosso empenho e luta pelo povo do Herval. Dificuldades são para serem superadas.

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