Progresso é valorizar nossas raízes e realizações
Tenho um caso de amor com Herval. Um
amor correspondido, que enxerga nossos defeitos e fraquezas e que não é nada romântico nem possessivo.
A Sentinela da Fronteira é tão minha quanto é dos demais nativos desta terra ou daqueles que a alma seguiu em frente, mas deixaram um pedaço guardado no Herval ou de quem adotou esta terra como a sua terra prometida.
Herval é tão meu quanto é dos meus avós; dos meus pais; dos meus tios; dos meus primos; dos meus irmãos, dos meus filhos; dos meus vizinhos. Dos que moram na XV de novembro, quanto dos que residem na Alameda Chico Mendes ou no Bamburral, na Cafurna ou na Vila Basílio. De quem monta a cavalo ou anda de bicicleta; de quem usa bota e bombacha ou prefere andar trajado de bermuda, camiseta e chinelos de dedo.
Herval é tão meu quanto é dos esquiladores, campeiros, domadores, tratoristas, artesãs, comerciantes, babás, cuidadoras, tropeiros, mecânicos, fisioterapeutas, costureiras, empregadas domésticas, servidores públicos, cozinheiras, bancários, brigadianos, faxineiras, leiloeiros, médicos, advogados, garis, cantores, dentistas, assistentes sociais, locutores de rádio, merendeiras, agricultores, caminhoneiros, professores e professoras e tantos outros, muitas vezes anônimos ou invisíveis...
Para alguns, aqui será apenas lugar de passagem. Para outros, ponto de partida. Para mim e tantos outros, porto seguro, lugar dos sonhos, querência amada. Herval não é perfeito, porque não existem lugares perfeitos em nenhuma parte desse mundo. Contudo, Herval pode ser perfeito para quem sabe viver e apreciar seus sabores, cores, imperfeições e belezas. Não estou falando de nenhum paraíso, mas temos privilégios que nem todos percebem e que faltam em outras paragens e conglomerados urbanos.
Herval não precisa de nenhum
"salvador da pátria" nem importar atividades ou modos de vida que predam a nossa identidade e economia. Tudo que nossa terra precisa está dentro de
cada um de nós, hervalenses de alma. Herval será sempre aquilo que fizermos
dele e a soma de cada um dos seus moradores. Às vezes, mais importante que
inventar a roda é aprender a ver as coisas de um modo diferente ou por novos
ângulos. Que aprendamos a ver mais aquilo que temos, e menos aquilo que nos
falta! Que valorizemos mais aquilo que nos une, no lugar daquilo que nos
separa! Que reconheçamos mais as conquistas, no lugar de lamentar aquilo que
acreditamos que deveria existir ou ser feito!
Afinal, progresso é seguir em frente e perseguir os sonhos possíveis, valorizando nossas raízes, potências e realizações, pois acreditar naquilo que nos torna únicos transforma destinos e mantém vivos os valores que nos trouxeram até aqui.
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