Novos ventos para Herval
Desde quando Dilma Rousseff comandou a pasta de Minas e Energia, durante o governo de Olívio Dutra, Herval foi incluído no Mapa Eólico do Rio Grande do Sul. Há alguns anos, a Eletrobras CGC Eletrosul, instalou um ponto para medir o potencial de geração de energia elétrica a partir dos ventos, numa localidade do interior próxima à nossa cidade. Pois essa etapa foi superada, confirmando que estamos aptos a receber um Parque Eólico, sendo que a empresa acima citada (a única fora do litoral gaúcho que possui expertise comprovada na instalação e gestão de Parques Eólicos) trabalha agora na etapa de elaborar o respectivo projeto e na busca por incluí-lo no seu cronograma de investimentos, com previsão de que tal iniciativa possa ocorrer nos próximos 5 anos.
Neste sentido, atendendo ao convite do vereador, Marcio Kirchener Larrosa, em meados do mês de maio, o vice-presidente do Legislativo, vereador João Bosco Paiva, juntamente comigo, representando o Executivo Municipal, realizamos visita aos Parques Eólicos Cerro Chato e Coxilha Negra, instalados e em plena operação há vários anos no município de Santana do Livramento. Na ocasião, ainda fizemos visita de trabalho na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do município que abriga a Fronteira da Paz, com Rivera no Uruguai, a fim de buscar informações sobre os impactos e desafios colocados à esfera pública diante de um empreendimento desta monta.
Além do nosso interesse no tema da geração de energia limpa, nosso olhar foi voltado para outros aspectos que abrangem um empreendimento desta natureza e magnitude, a exemplo da criação de postos de trabalho; o efeito catalisador na economia do município como um todo e a possibilidade de produzir um novo ecossistema produtivo; as medidas que precisam ser adotadas e a forma da administração municipal se posicionar no papel de facilitadora para a instalação do Parque Eólico; o aumento do retorno de ICMS aos cofres públicos municipais; a remuneração aos produtores que firmam parcerias para a colocação de uma torre eólica em suas propriedades; a possibilidade de integrar as torres instaladas à atividade de agropecuária, já consagrada como carro-chefe pelos nossos produtores rurais; a contrapartida social oferecida pela empresa, bem como as medidas de monitoramento, mitigação, compensação e recuperação dos impactos ambientais.
Retornamos ao município bastante animados com aquilo que vimos e os dados apresentados. Trata-se de um investimento da ordem de bilhões de reais que, além dos benefícios diretos, possui o potencial de movimentar e dinamizar a economia local, representando uma alternativa sustentável e eficiente para modernizar e modificar para melhor o perfil produtivo do município. Como cheguei a comentar, este poderia ser o nosso “El Dorado”, na medida em que a instalação e funcionamento de um Parque Eólico em solo hervalense, representaria uma alternativa concreta para mudar o cenário atual no qual a Prefeitura é a maior empregadora e principal compradora de produtos e serviços. Em outras palavras, seria um passo efetivo e definitivo para diminuir a dependência da administração municipal em relação às transferências financeiras externas que resultam numa baixa capacidade de realizar investimentos contando apenas com os recursos próprios, como também se configura num obstáculo intransponível para aumentar o nível salarial do funcionalismo.
Sem falar que junto ou em função do Parque Eólico, se resolveria outro gargalo que emperra o desenvolvimento econômico local, que são os problemas recorrentes e estruturais no fornecimento de energia elétrica. Ou seja, na esteira deste empreendimento, viria também uma nova Subestação de Energia Elétrica, a ampliação e melhoria das redes de distribuição e a nossa integração direta ao Sistema Elétrico Nacional.
A caminhada é árdua e longa, mas Herval precisa e os hervalenses merecem dar esse passo extraordinário que pode representar a superação de gargalos históricos e um salto gigantesco para o futuro.
Comentários