Responsabilidade com a saúde


Recentemente integramos uma comitiva de lideranças da AZONASUL, em reunião realizada durante a Caravana Federativa na capital do estado, que bateu às portas do governo federal em busca de recursos para evitar o fechamento de leitos em hospitais filantrópicos de Pelotas, que servem de referência para toda a nossa região. Recentemente também, recebemos em nossa cidade a visita de um assessor do deputado federal Alexandre Lindenmeyer, que veio anunciar a indicação de uma emenda parlamentar destinada ao hospital Nossa Senhora da Glória. Na ocasião, o mesmo se disse surpreso, pois ao contrário da imensa maioria dos municípios do Rio Grande do Sul, o hospital filantrópico local é custeado quase que exclusivamente com recursos repassados pelos cofres municipais.

Saúde pública é sempre uma área prioritária e sua gestão demasiadamente desafiadora, num País cuja legislação estabelece o direito e assegura a universalização dos serviços, por meio do Sistema Único de Saúde. Um desafio que se tornou ainda maior e mais difícil com o advento da Pandemia de COVID-19, tendo em vista que o citado cenário, além das urgências e perdas de vidas registradas durante os vários picos de propagação dessa doença, na pós-pandemia também deixou muitas sequelas decorrentes do coronavírus, bem como ocasionou o represamento de milhões de consultas e procedimentos no âmbito do SUS, em todo o território nacional.

Um quadro que atingiu com ainda mais força os hospitais filantrópicos, os quais viram os custos dos insumos aumentarem durante a Pandemia e que, após a Pandemia, não viram esses mesmos custos retornarem ao patamar anterior e ainda deixaram de receber as verbas extraordinárias que foram disponibilizadas no enfrentamento dessa doença que foi declarada pela Organização Mundial de Saúde – OMS como uma Emergência Global de Saúde. Some-se a isso o empobrecimento de uma parcela importante da população que perdeu a possibilidade de pagar um Plano de Saúde e se viu obrigada a migrar para o SUS. Portanto, a correção da tabela do SUS, se não é a única, talvez seja uma das medidas mais urgentes e necessárias para reverter a situação de crise dos hospitais filantrópicos.

No caso do hospital Nossa Senhora da Glória, ressalta-se que o mesmo é a única instituição hospitalar do município, sendo classificado como Hospital Geral, sem bloco cirúrgico e sem sala de parto. A entidade apresenta dificuldades para receber o aporte de recursos federais e estaduais, mantendo-se em funcionamento graças a um Convênio firmado com a prefeitura, que atualmente assegura um repasse mensal da ordem de R$ 104.000,00 (cento e quatro mil reais), montante precioso, porém insuficiente para cobrir o custo fixo mensal da instituição, avaliado em torno de R$ 145.000,00 (cento e quarenta e cinco mil reais). Lembremos que em 2008, nosso hospital se encontrava na UTI e só não fechou suas portas porque a partir de 2009, com a gestão do prefeito Ildo Sallaberry, a entidade passou a ser abraçada e, praticamente, carregada no colo pela administração municipal.

Ainda puxando pela memória, importante recordar que não apenas o nosso hospital, mas a saúde pública como todo estava um caos no nosso município antes de 1º de janeiro de 2009. Ou alguém já esqueceu o sucateamento completo dos veículos; da ambulância e do gabinete odontológico adquiridos no apagar das luzes e dos quais não se deixou paga uma só parcela; das pendências deixadas relativas a dois meses de salários atrasados dos servidores da ESF, como também ao 13º salário desses profissionais referentes aos anos de 2007 e 2008; do percentual investido na saúde abaixo dos 15% do orçamento determinados pela legislação? Apenas para citar alguns exemplos.

Contudo, que o passado se conserve respeitosamente no passado, afinal pra frente é que se anda. Sim, o hospital Nossa Senhora da Glória anda “mal das pernas”, porém é importante reconhecer que a prefeitura tem feito a sua parte e, dentro das suas possibilidades, nunca deixou de estender a mão (seja diretamente, seja através do trabalho político em busca de novas verbas ou fontes de financiamento) para que essa entidade siga de portas abertas e prestando um serviço indispensável para a nossa população. Sim, ainda não temos uma saúde pública de primeiro mundo, mas os avanços em termos de melhoria da Atenção Primária são inegáveis e, comparado com o passado e a realidade atual da maioria dos municípios, Herval está um passo à frente na medida em que vem zerando todas as filas de espera, ofertando novos serviços, qualificando a estrutura física de toda a rede municipal para melhorar os atendimentos e assegurando à população uma saúde pública acessível e de qualidade, com base numa gestão resolutiva e responsável.

Comentários

Augusta Medina disse…
Realmente a saúde pública está um caos, mas a verdade tem que ser dita, algumas pessoas reclamam (não estou generalizando), repito algumas. E digo reclamam porque não sabem o que é o atendimento público fora de Herval. Sempre digo e vou sempre dizer, o atendimento em saúde de Herval é excelente, o diretor do hospital Nossa Senhora da Glória juntamente com a prefeitura estão de parabéns, várias vezes precisei e fui muito bem atendida. Fico feliz em saber que esses profissionais incansaveis na luta pelo melhor para nossa sentinela da fronteira, tem uma visão ampla,identificando as necessidades de herval e correm atrás para resolver, parabéns ao governo e sua eficiente equipe, cujo Toninho Veleda faz parte. Parabéns!!! �� �� ��

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