Estiagem: desafio de todos nós!
Infelizmente, a
estiagem e a seca são problemas recorrentes em Herval. Um cenário sabido por
todos nós que acarreta prejuízos milionários ao setor agropecuário e aos produtores rurais, provoca perdas enormes nos cofres públicos e impacta de modo negativo toda a economia local. Qual a
causa desse problema? Diante disso, o que produtores e o poder público podem
fazer? Quais são algumas das inciativas concretas em âmbito local, executadas para
enfrentar esse fenômeno natural adverso, seja de forma emergencial, mas também
em caráter estrutural?
De acordo com alguns especialistas, estamos situados numa região considerada um deserto verde, onde
as chuvas acontecem com uma certa abundância, porém estão cada vez mais
concentradas nas estações mais frias do ano, diminuindo ou até faltando durante
o verão. Outros argumentam que se trata de um fenômeno normal, pois desde os primórdios o clima do planeta está em constante alteração. Hervalenses mais “antigos” alegam que a escassez de chuvas no verão é uma realidade que nos acompanha há bastante tempo, não sendo exatamente um acontecimento novo.
Não quero entrar no
mérito da questão, mas não precisa ser “das antigas” nem especialista para
notar que o clima mudou e o ciclo da estiagem ou da seca está cada vez mais reduzido
em nosso município. Ou seja, tal fenômeno que antes ocorria de tempos em
tempos, ultimamente se repete quase que todos os anos e tende a registrar uma
duração ou intensidade maior. Seria um efeito do aquecimento global? Teria
alguma relação com a mudança do perfil produtivo do município, com a introdução
nos últimos anos de novos cultivos e de novas técnicas de produção agrícola?
O fato é que estamos
diante de um desafio que veio para ficar. Dessa forma, mais que rezar para São
Pedro mandar chuvas, é preciso somar forças e promover investimentos que
possibilitem um convívio adequado com a estiagem, capaz de reduzir os efeitos,
as perdas e prejuízos econômicos, na produção e no meio ambiente que ela provoca.
Em relação ao dever
de casa dos produtores, em conversa que tive com especialistas, os mesmos
apontam a necessidade da preservação de técnicas que ajudam a armazenar a água
no solo, a exemplo das curvas de nível. Eles também alertam que a chegada de
produtores oriundos de outras regiões do estado, dedicados a cultivos até então
pouco difundidos no município, representa um ganho, porém requer dos mesmos um
conhecimento mais aprofundado sobre as características do solo e do clima do
município, bem como o uso de técnicas produtivas que contribuam para preservar
a água no solo.
A administração
municipal está atenta a esse desafio e vem fazendo a sua parte. Com o apoio da
Funasa, recentemente a prefeitura entregou os sistemas coletivos de abastecimento
de água nos assentamentos São Virgílio e Cerro Azul. Em breve, a comunidade do
assentamento Santa Rita III também deverá ver a água jorrando nas torneiras das
suas casas. Com apoio da EMATER e a parceria com o governo do estado e do
Consórcio Extremo Sul, Herval é um dos municípios da região que mais investe em
programas de açudagem e na abertura de bebedouros para dessedentação animal. Para
ir mais longe no armazenamento de água nas propriedades e comunidades rurais,
dentro do Programa Avançar da gestão estadual, o município foi contemplado com mais
doze açudes e três poços artesianos, sendo um na Vila Basílio, outro no
assentamento Nova Herval e um terceiro no assentamento 18 de Maio.
Para atender a
situação emergencial decretada em janeiro desse ano, o município solicitou à
Defesa Civil Nacional recursos para a contratação de horas máquinas, a
aquisição de caixas d’água e cestas básicas. Do pedido encaminhado, foi
liberado o valor de R$ 148.520,00 que serão utilizados na compra de cestas
básicas para distribuição aos pequenos produtores atingidos pela estiagem,
medida que também poderá beneficiar o comércio local.
A estiagem é um
desafio de todos nós. O município sozinho não consegue enfrentar essa demanda e
precisa do apoio e do aporte de recursos dos demais entes federados, além do
esforço dos próprios produtores, no sentido de assegurar ações concretas e continuadas,
que possam ir além da resposta emergencial. Mais que nunca, a ordem é armazenar
água nas propriedades rurais e essa iniciativa precisa fazer parte de uma
agenda permanente e de Estado. Isto é, vai muito além da questão local ou da
pauta de um único governo. Todos são importantes nessa empreitada e a hora é
agora!
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