Enfim, a maioridade!
No último dia 5 de abril, o
jornal O Herval comemorou seus 21 aninhos de vida. Mais que apenas cumprimentar
a direção, servidores, leitores e colaboradores que contribuem ou já
contribuíram para a construção dessa difícil, respeitável e elogiável história,
quero aproveitar a oportunidade para dar uma breve pincelada acerca da
importância do periódico em questão, além de propor um rápido olhar para a
comunicação em nível nacional.
Conforme já afirmei em outros
momentos, penso que O Herval não recebe por parte da nossa comunidade a valorização
que merece. E isso não é de hoje. É a velha máxima de que santo de casa não faz
milagre ou como a água ou a luz os quais nos damos conta de toda sua
importância quando faltam em nossas casas. E aqui não falo necessariamente em
relação ao baixo ou eventual interesse dos anunciantes, do número de assinantes
provavelmente aquém do esperado ou da procura possivelmente ínfima pelo jornal
nas bancas espalhadas pela cidade. Falo que temos em nossa terra poucas pessoas
com vocação empreendedora e o simples fato do jornal existir e ser mantido
durante tanto tempo, apesar de todos os obstáculos e limites, é motivo de reconhecimento,
estímulo e de todos os aplausos.
Falo ainda sobre o acerto e a
enorme importância da linha editorial de O Herval, comprometida em registrar a
história do nosso município. Ou seja, o conteúdo do jornal, que hoje pode
parecer trivial ou desinteressante para alguns – até porque retrata a nós
mesmos e a tendência é sempre valorizarmos mais o que vem de fora –, num futuro
bem próximo poderá ser visto como verdadeira relíquia pelo seu valor histórico.
Não fosse O Herval, a maioria das cenas e personagens que escreveram nossa
história ao longo desses 21 anos encontrariam registro apenas na memória dos
hervalenses, sendo completamente apagadas com tempo. Não por acaso, esse
periódico é visita obrigatória e fonte abundante para pesquisadores ligados ao
mundo acadêmico ou todos interessados em conhecer pessoas, passagens e
paisagens contemporâneas da “terrinha”.
Pois além da incompreensão e
do acanhado reconhecimento; dos poucos leitores; da cidade ser tão à flor da
pele em termos políticos, outro obstáculo é o incrível e escandaloso monopólio da
comunicação existente no país. Nunca é demais repetir sem medo de errar que
comunicação no Brasil, mais do que instrumento para garantir o direito à
informação, é um negócio altamente lucrativo, comprometido em destacar apenas o
pensamento de um grupo que disputa o poder nesse continental país e que, de
quebra, se coloca acima do bem e do mal, justamente para não perder espaço e
privilégios. Para alguns, inclusive, a grande mídia é o único e verdadeiro
partido da oposição na atualidade, não apenas pela fragilidade dos partidos
contrários ao governo, mas porque a mídia veste a camisa oposicionista por
questões ideológicas e dos seus interesses comerciais. O fato é que a
concentração do poder midiático nas mãos de poucos impede os pequenos veículos
informativos de ampliar seu alcance social e alcançar cotas maiores das contas
de propaganda oficial.
Por tudo isso, muito
obrigado ao seu Luiz e familiares por proporcionar que esse periódico exista em
nossas vidas durante tantos anos. Um ato quase milagroso, heroico e digno de
todas as homenagens, hoje e sempre! Que esta chegada à “maioridade” seja apenas
mais uma página ou o começo de muitas edições e conquistas que estão por vir! Vida
longa ao jornal O Herval, muita saúde, paz e sucesso a seus proprietários,
servidores, leitores e colaboradores!
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