Então, é Natal!



Mais um Natal vem bater a nossa porta, depois de um ano muito conturbado, de enormes injustiças, derrotas, retrocessos, trapaças e fake news a solta. Enfim, em nível nacional, um ano que sacramentou a perseguição e a criminalização da melhor versão do Brasil e o endeusamento e triunfo da face mais suja e atrasada e hipócrita da “terra tupiniquim”.

Em 2018, o Brasil não emplacou na Copa do Mundo de Futebol, algo não tão ruim, pois tal feito (como ocorreu em outras épocas) poderia servir como manto para esconder nossas mazelas ou mantra para entoar aos quatro cantos que, mesmo na pior, se ganhamos uma Copa está tudo bem e somos os melhores do planeta. Em 2018, vimos uma quadrilha seguir pousando de vestais e avançando no projeto de jogar pelo ralo o patrimônio do povo brasileiro, além de entregar de mão beijada ao interesse estrangeiro as principais riquezas do país. Em 2018, assistimos um dos maiores líderes mundiais de todos os tempos, ser encarcerado e humilhado sem crime e com base em prova nenhuma, num golpe baixo para tirá-lo do páreo eleitoral baseado no simples fato dele ter conquistado o prestígio que conquistou, vindo de onde veio e sem ter perdido a conexão com suas raízes.

Em 2018, vimos criminosos pegos com a “boca na botija” escaparem livres, leves e soltos simplesmente por serem “amigos do rei” ou estarem com o rabo dele preso. Assistimos ainda juízes atuando como políticos e a política ser usada como balcão de negócios de políticos e empresários sem escrúpulos que, entre tantas coisas horrendas, livraram a cara e varreram para baixo do tapete a sujeira de um presidente golpista e seus asseclas. Em 2018, vimos a miséria voltar com força no Brasil e milhões de pobres pagarem o pato e a conta da gastança e dos privilégios de meia dúzia de muito ricos. Observamos também a economia seguir emperrada por conta, principalmente, de problemas políticos e a tal crise econômica ser usada como álibi e pretexto para cortar criminosamente verbas e programas daquela fatia da população que mais precisa das políticas e do orçamento público.

No ano que está prestes a findar, muita coisa que funcionava foi tirada de lugar, encolhida ou extinta; o errado passou a ser modelo de acerto; o interesse público perdeu voz e espaço para o interesse particular; os maus, mesmo mostrando sua cara feia, foram transformados em símbolo de benevolência e avanço, sendo seguidos por muita gente boa de fato; muito vilão foi transformado em herói; muito inútil foi visto como realizador; muita gente que merecia ser vaiada foi aplaudida enquanto figuras dignas de aplauso foram alvo da execração pública; muito idiota ganhou o status de gênio ou mito; muito mané usou e abusou da malandragem para passar a perna em meio mundo e se dar bem.

Contudo, para não dizer que não falei das flores, 2018 também registra alguns motivos para comemorar. Em termos particulares, tenho a celebrar o fato de ter escapado ileso de um acidente de automóvel, praticamente nascendo de novo. Em âmbito público, tenho a festejar nosso município estar bem longe dos escândalos políticos dos quais poucos escaparam; pela maioria dos hervalenses ter deixado claro que aqui cria da ditadura não se cria e também em razão da administração municipal da qual faço parte – mesmo a passos mais lentos na comparação com períodos anteriores –, ter continuado funcionando, assegurando a prestação dos serviços essenciais a nossa população e cumprindo as obrigações com os servidores rigorosamente em dia, inclusive com o pagamento integral do décimo terceiro salário dia 14 de dezembro.

Então, é Natal e Ano Novo também! Boas festas e que 2019 nos traga muita luz para espantar toda a treva e obscurantismo, além de muita lucidez, boas energias e o espírito natalino vivo o ano inteiro para evitar que nosso futuro seja voltar a um passado carrancudo e pouco altruísta que não nos serve mais nem nunca serviu.

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