Ato político
Seguir com a sujeirada e aprofundar a
crise com as eleições indiretas ou servir-se da decência que restou, chamando o
povo a fim de apontar democraticamente um caminho para iniciarmos a escalada rumo a saída do poço profundo que o golpe e os golpistas nos meteram?
Chegou a hora dessa gente bronzeda
mostrar novamente seu valor e salvar o país das garras daqueles que querem o
Brasil pequeno, sujo e só par si e seus comparsas.
Diretas Já:
uma solução constitucional e democrática, por Henrique Fontana
O Brasil
vive uma das mais graves crises políticas da história republicana. Após as
revelações que envolvem o presidente Temer, as condições políticas para sua
permanência no cargo estão inviabilizadas. Se tornou o primeiro presidente a
ser investigado, no exercício do cargo, por corrupção passiva, organização
criminosa e obstrução da Justiça. Temer deve renunciar ou ser afastado
imediatamente. Nesses casos, a Constituição garante a realização de eleições
indiretas para presidente. Mas também prevê a possibilidade de eleições
diretas, por meio da aprovação de uma proposta de emenda constitucional, a PEC.
As duas alternativas são constitucionais, e caberá a sociedade escolher qual
caminho é o mais democrático para a eleição do novo presidente: se indireta, com
o voto de 513 deputados e 81 senadores, ou se pelo voto de quase 145 milhões de
cidadãos brasileiros.
Defendo
firmemente que, diante da profundidade da crise, apenas o voto direto garantirá
a legitimidade necessária ao próximo presidente. A tentativa de alguns setores
em se manter no poder a qualquer custo, com acordos “por cima” e manobras por
fora das eleições diretas, não irá retirar o país da crise, com consequências
graves para a economia e alto custo social. Será inaceitável que um Congresso
que foi responsável por eleger Eduardo Cunha presidente da Câmara, que tem
diversos parlamentares suspeitos de vender votos no impeachment e nas medidas
provisórias, e um número expressivo de membros denunciados ou investigados por
corrupção, seja o responsável por eleger o próximo presidente. A insistência na
eleição indireta pode resultar na eleição mais corrupta da história, um jogo de
cartas marcadas, sem povo.
O
fracasso de Temer é também o fracasso dos argumentos que justificaram o
impeachment, o país não melhorou em nenhum aspecto. Agora, o Brasil está diante
da oportunidade de corrigir sua rota e retomar o caminho da democracia.
Abrigados pelo o Art. 1º, parágrafo único da Constituição, que diz: “Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”, seremos capazes de restaurar a
estabilidade política e retomar o desenvolvimento econômico e social que o país
espera e seu povo merece.
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