O que dizem os críticos do governo?
Se fossemos sintetizar em poucas palavras as críticas do
momento feitas ao governo municipal pelas forças ou mentes oposicionistas,
talvez chegássemos à seguinte frase: “a gestão até não é ruim, mas o governo não
gosta dos pobres e é fraco politicamente”.
Antes de adentrar na resposta à crítica acima apontada, no
entanto, é preciso dizer que nem todos que fazem a crítica são de oposição ou
torcem contra o governo. Muitos criticam porque lhes falta informação sobre os
atos e propósitos da administração e outros porque criaram a expectativa de
alcançar alguma vantagem pessoal que não foi ou não será possível atender, em
razão de esbarrarem em impedimentos próprios da esfera ou da máquina
pública. Como diria o sempre presidente Lula, “quem chega ao governo não chega
à possibilidade de ser Deus”, mas nem todos reconhecem ou querem reconhecer esse
fato.
A verdade é que a crítica mais forte e constante (ontem, hoje
e ali adiante), é mesmo aquela que parte ou é alimentada no meio político. Ou
seja, falamos daquela crítica que possui motivação partidária e dificilmente
irá reconhecer os acertos e mesmo quando os acertos saltam aos olhos de todos,
ao invés do reconhecimento ou dos aplausos, irão lembrar algum problema relacionado
à gestão ou daquilo que ainda não foi feito. É o jogo. Afinal, o que querem é
estar no lugar de quem está no governo e também porque é mais fácil atirar
pedras do que ajudar a assentar um tijolo numa construção.
Mais que o reconhecimento aos feitos e acertos do governo,
dizer que a gestão não é ruim representa uma tentativa de atribuir todos os
méritos e conquistas da administração à figura do prefeito, de modo a fragilizar
o trabalho em equipe e os nomes que começam a surgir do seu lado como possíveis
sucessores. Quer dizer, como o prefeito não será candidato no próximo pleito,
não bater de frente com ele é um modo de dizer que tudo de bom que aconteceu, está
ocorrendo ou irá ocorrer até o final do mandato vai morrer com a saída de
Sallaberry do comando da prefeitura e que entre os aliados do prefeito não
existiria substituto (a) a altura, capaz de manter o alto nível da
administração.
A crítica de que o governo não gosta dos pobres é absolutamente
infundada, empobrecedora do debate político e já foi desmentida mil vezes com
ações concretas em favor dos mais pobres. Tal crítica ainda revela todo o
atraso e ilusionismo dos novos representantes da velha política, uma vez que existe
uma distância enorme entre defender de fato os pobres e apenas elogiar a
pobreza. Defender os mais pobres é apontar ou oferecer saídas para superar a
pobreza extrema; ao passo que elogiar a pobreza pode não passar de instrumento
de manipulação e meio de usar as dificuldades das pessoas para arregimentar seguidores,
enriquecer politicamente e depois fechar os olhos para quem mais precisa quando
ou se eleito para uma função pública. Episódio que já aconteceu por aqui e continua presente na memória dos hervalenses, protagonizado por um líder que se dizia
popular, porém ao retomar o poder não hesitou em trair a confiança de aliados históricos e abusar da
boa-fé do povo.
No entanto, para não deixar dúvidas invoco quatro ações que,
no meu ponto de vista, simbolizam o compromisso da administração municipal não apenas
com os pobres, mas com a superação da pobreza. 1) investimento prioritário na
bacia leiteira, tendo em vista que além de envolver apenas pequenos produtores,
essa atividade se revelou a melhor alternativa no âmbito do município para
gerar renda e desenvolvimento à pequena propriedade; 2) Acesso livre e gratuito ao Parque Aquático durante
a Temporada de Verão, iniciativa que governos que se diziam dos pobres não
tiveram sensibilidade para instituir; 3) Todos os projetos de infraestrutura na
cidade, a exemplo das obras de calçamento, voltados para atender a população e
os locais mais empobrecidos; 4) criação do projeto “CTRL A” e da Casa das
Oficinas, numa iniciativa que une assistência social e cultura, visando
promover a inclusão através da arte e mais do que dar o peixe, contribuir com o
desenvolvimento de novos talentos locais.
Quanto à crítica de que o governo é fraco politicamente, o
mesmo já foi dito na última eleição e o grupo governista venceu de goleada. A verdade
é que o cenário político ainda está longe de ser definido e existe cancha para
movimentos de ambos os lados. É muito cedo, tanto para a oposição quanto para a
situação, iniciarem a partilha da herança do prefeito Ildo Sallaberry como se
ele fosse carta fora do baralho e não pudesse influenciar os rumos da próxima
disputa.
Aliás, ainda não é possível afirmar nem mesmo que as forças
que se aliaram em oposição ao governo em 2012 vão ter disposição e discurso
para reeditar novamente tal aliança. Até porque são adversários antigos, com
posições ideológicas bastante conflitantes e um histórico de disputas muito
intenso no município, que se uniram muito mais para manterem-se vivos politicamente
do que movidos pelo desprendimento humano e o espírito público esperado quando se trata do interesse coletivo. Quem garante que a próxima candidatura da situação não terá categoria e vigor suficiente para
agregar novos aliados na sociedade e entre os partidos políticos, como, por
exemplo, o PMDB? Uma das poucas certezas é que o atual prefeito está muito vivo
politicamente e tem tudo para exercer papel protagonista na corrida eleitoral
de 2016.
O fato é que mais do que criticar, as forças e indivíduos que
almejam o poder, precisam apresentar caminhos alternativos e soluções viáveis para os
problemas que dizem existir. Não basta ser contra, é preciso propor algo claro e concreto
para colocar no lugar daquilo que se critica e o que se observa até aqui quando
se escuta a fala oposicionista é um vazio ensurdecedor. Outro fato é que ainda
existe muita água para rolar debaixo da ponte e que os representantes do
governo vão chegar à próxima disputa eleitoral carregando uma bagagem cheia de realizações e com
autoridade de sobra para apontar novas mudanças pelos próximos quatro anos. E,
cá entre nós, enfrentar uma administração que faz e é bem avaliada pela
população nunca é tarefa fácil. Afinal, os feitos de um governo são um
combustível político poderoso e o povo já demonstrou que não troca o certo pelo
duvidoso e não gosta de mexer em time que está ganhando.
Comentários