O recado das urnas
As urnas falaram e deram o seu recado no último domingo, tanto para o Executivo, quanto para o Legislativo. Herval ficou dividido e registrou uma das votações mais acirradas da história política local, como vínhamos alertando há bastante tempo. Uma eleição que a oposição tratou como uma verdadeira guerra de guerrilha, atropelando as regras do jogo democrático e do convívio amistoso entre as pessoas, num lugar em que todos se conhecem pelo nome e que não merecia esse clima de provocações, mentiras, insultos gratuitos, intimidações, deboches e ameaças. Contudo, ao fim e ao cabo, o amor foi maior que o ódio, a verdade maior que as difamações e a vontade de avançar maior que a tentação de voltar ao retrocesso.
Apesar do resultado apertado, o grupo governista venceu a corrida eleitoral pela quinta vez consecutiva, sendo que o fato de estar há tanto tempo no governo foi um dos maiores obstáculos enfrentados pelos governistas. Além disso, a tática oposicionista de acirrar os ânimos e fomentar a divisão na sociedade - entre pobres e ricos, entre o campo e a cidade e entre a suposta valorização das coisas em detrimento das pessoas - acabou fisgando muitos desavisados e alimentando um sentimento de mudança; não importando que isso fosse mera retórica eleitoral nem o histórico de incapacidade administrativa e o caráter duvidoso do porta-voz da mudança prometida. Aliás, faço aqui um parêntese para indagar algo que ficou sem resposta: Mudar o quê? Como? Para quem?
Não obstante, o clima de insatisfação, os governistas elegeram um prefeito com perfil de gestor e agregador que, além de novos investimentos, terá a missão de fazer um governo que unifique o nosso povo em torno de um projeto realizador em termos administrativos e generoso no âmbito político.
Num ambiente de normalidade, a cidadania fica insatisfeita diante de governos corruptos ou ineficientes e, no caso de Herval de 2024, grande parte da insatisfação se deu pela enxurrada de realizações e, especialmente, pelo tipo de investimento realizado. Ou seja, a crítica se deu em relação às escolhas feitas, que infladas pela narrativa demagógica da oposição, transformou acertos em erros. Assim, estragos nas estradas rurais causados pela natureza em fúria no mundo todo, foram tratados como negligência, assunto meramente local ou mesmo problemas criados pelo governo. De acordo com a conversa fiada dos contrários, o time governista não gosta de gente, não priorizou aquilo que deveria ser prioridade e fez muito como uma forma de ostentação, e não visando melhorar de fato a vida das pessoas.
Para o Legislativo, as urnas também deram o seu recado e o principal deles é que apesar da super valorização das mulheres no atual governo, a imensa maioria entende que lugar de mulher não é ocupando espaços de liderança e empoderamento feminino. Outro recado importante é que não basta "pôr o ovo, também é preciso cacarejar". Tivemos o fenômeno Marcio Larrosa, que além do carisma pessoal, se explica pelo fato de que mais do que trabalhar politicamente nos últimos anos, ele sempre marcou presença na vida da comunidade e fez a exposição pública do seu trabalho, por meio das redes sociais. Um dos atuais representantes da oposição também aumentou muito a sua votação em relação a 2020, nem tanto por conta da qualidade da sua atuação, e sim pelo trabalho midiático que o mesmo realiza. A meu ver, o recado é que os vereadores precisam manter a conexão com suas bases, mas também explorar o mundo virtual. Parte da população quer preservar os costumes, mas existe um público jovem que quer novidades. Quando não é uma cara nova, esperam um novo jeito de fazer política ou de se comunicar com a sociedade.
Em grande parte, graças à tacada de mestre e ao trabalho político do Coordenador-Geral da campanha, Chico dos Santos, os governistas mantiveram a maioria absoluta no Legislativo, que irá dar fôlego e tranquilidade para governar. Celso Silveira se afirmou como um novo líder e saiu muito maior das urnas do que entrou. O Prefeito Ildo Sallaberry, mais uma vez, provou ser um avalista político pé quente e decisivo. O progressistas saiu fortalecido, porém o desafio a partir de janeiro de 2025 será montar um governo de coalizão que prestigie os antigos e valorize os novos aliados. Além de afirmar e reafirmar as suas bandeiras e compromissos, o PP precisará ser ainda mais plural e atuante no terreno político, para que os futuros feitos administrativos sejam mais reconhecidos e aceitos pela nossa comunidade.
Eis os recados mais importantes que acredito terem sido dado pelas urnas. Para a oposição, o recado é de que apesar da tentativa de ganhar no grito, com manipulações, narrativas que não se sustentam na vida real e o auxílio de métodos medievais, nunca se pode cair num vale-tudo na busca pelo poder. O fim nunca justifica os meios. As eleições passam e Herval sempre continua. A política deve ser instrumento para civilizar as pessoas, e não um ringue para desferir golpes baixos ou despertar o pior que existe no ser humano. Nunca escondi o meu lado e, para cada um de nós, que colocou a cara a tapa e a mão no fogo por Celso e Rodrigo, o recado é que saímos vitoriosos e com a certeza de que triunfou o melhor para Herval.
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