Ato político
Antes de Tarso os políticos
e articulistas conservadores diziam que o RS estava quebrado e não havia saída
para contornar a crise. Bastou Tarso tomar posse para o discurso mudar e os mesmos que diziam que não havia o que fazer, passassem a cobrar a solução de todos os problemas do estado de uma hora para outra, como se o então governador tivesse poderes divinos.
Contrariando o pessimismo e a irracionalidade de muitos,
o governo da Unidade Popular Pelo Rio Grande retomou a reestruturação da
máquina pública, atraiu investimentos num ritmo e volumes nunca antes vistos no
RS e implantou políticas públicas em parceria com os municípios e o governo
Dilma, cuja falta logo, logo começará a ser sentida, tendo em vista o corte nos
projetos sociais e de desenvolvimento já iniciados pelo novo velho governo de
Sartori.
O fato é que assim como em
nossas vidas, na administração pública também não existe mágica nem soluções
milagrosas.
A verdade, é que Tarso
herdou um estado em situação muito pior do que entregou, porém ao invés da
choradeira, de paralisar ou desmantelar a máquina pública, optou por enfrentar a
crise crescendo e sem penalizar os sempre penalizados pela máxima falaciosa e já desmentida
em nível federal de que “primeiro é preciso fazer o bolo crescer para depois reparti-lo”.
Durante a última campanha eleitoral, Tarso foi claro e cristalino dizendo que sua discordância com os adversários não era sobre o diagnóstico da situação do estado, e sim quanto a forma de enfrentar tal situação. Ou seja, se o melhor caminho era retomar a política fracassada no passado de cortar "gastos" ou avançar na estratégia de fortalecimento da máquina pública e da recuperação salarial dos servidores; continuar de mãos dadas com o governo federal; avançar na negociação das dívidas do estado com a União; ampliar as políticas públicas de revigoramento da matriz produtiva gáucha e de atração de novos investimentos externos; investir em políticas públicas de infraestrutura, na ampliação e qualificação dos serviços de educação e saúde e em programas de distribuição de renda, a exemplo do RS Mais Igual e da valorização do salário mínimo regional.
O tempo dirá qual o melhor caminho para o RS e se vamos avançar ou dar muitos passos para trás. Quem viver verá!
Neste sentido, o escrito sucinto e profundo de Danéris nos revela o quanto nosso estado estava no caminho certo e que éramos mais felizes do que muitos poderiam imaginar.
Neste sentido, o escrito sucinto e profundo de Danéris nos revela o quanto nosso estado estava no caminho certo e que éramos mais felizes do que muitos poderiam imaginar.
O legado de Tarso Genro

Acredito que os
empresários lembrarão da atração de bilhões de reais em investimentos privados,
da Sala do Investidor e da política de incentivo sem aumento de impostos. Os
agricultores, do Programa de Irrigação e do Plano Safra Gaúcho; os
caminhoneiros, do fim dos contratos e tarifas abusivas dos pedágios, os
pequenos empreendedores, do Programa de Microcrédito. Creio, ainda, que os usuários
e trabalhadores do SUS lembrarão dos 12% para saúde, a comunidade escolar, que
passamos de 11º para 2º lugar no Ideb, e os servidores da segurança e a
sociedade, da desocupação e início da demolição do Presídio Central.
Os que acreditam
na democracia lembrarão do Conselhão, do Gabinete Digital, do Gabinete dos
Prefeitos, das plenárias do OP e da Consulta Popular. Gaúchos e gaúchas
lembrarão da renegociação histórica da dívida com a União, que unificou forças
políticas e sociais em defesa do Rio Grande. Particularmente, levo na memória o
momento em que, no Palácio Piratini, durante as manifestações de junho de 2013,
o governador determinou às forças de segurança que protegessem a vida em
primeiro lugar. Ali se revelava, em toda sua dimensão, uma insígnia do nosso
governo.
O mesmo governador
que de madrugada atendeu, em frente à sua casa, taxistas que reclamavam um
colega morto, o governador que estava em Santa Maria, em uma das nossas maiores
tragédias, que estava em São Lourenço após a inundação que devastou a cidade. O
governador que priorizou complementar a renda de milhares de famílias que
viviam na extrema pobreza. Este é seu maior legado. Um político que honra a
política e a esquerda brasileira, que dedica a vida a mudar a vida dos outros,
que promove o diálogo e o respeito às diferenças, e busca fazer do mundo, e do
nosso Estado, um lugar melhor para se viver.
Por Marcelo Danéris, Ex-Secretário-executivo do CDES
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