Licença poética



Peço licença novamente para entregar-lhes novas palavras simples e sutis, arrancadas do fundo do baú do meu ser e inspiradas na minha musa imaginária...


Te cerco, cego, sigo, persigo.
Me apanhas, acanhas, abocanhas, lanhas.

Te pego, esfrego, afago, assopro.
Me agarras, mimas, mordes, arranhas.

Te apalpo, acaricio, como, coloco no colo.
Me palpitas, bebes, coças, pinta e bordas.

Te toco, provoco, abro, fecho.
Me abraças, enlaças, repeles, respiras.

Te arreto, arrasto, cubro, compartilho.
Me arrepias, esperas, espremes, encantas.

Te escancaro, escondo, enquadro, solto.
Me secas, encaras, disparas, enroscas.

Te preciso, desprezo, troco, toco fogo.
Me fundes, confundes, amarras, amassas.

Te levo, escapo, apago, aprecio.
Me afloras, afundas, elevas, devoras.

Te suporto, sufoco, tempero, adoço.
Me guias, rebaixas, completas, repartes.

Seguimos assim, entre versos e vidas, idas e vindas,
acordes e corações partidos.

No teu embalo vou a qualquer lugar do mundo,
ainda que me perca de mim...

Pois amar é remar sempre e viajar nos braços de quem
se ama, mesmo que acordemos nas asas da ilusão.


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