Casa arrumada, hora da arrancada

Sem falsa modéstia, acredito que o título deste artigo bem que poderia servir como slogan de uma candidatura comprometida em preservar as conquistas no terreno da gestão da máquina alcançadas pela administração em curso e, ao mesmo tempo, em construir as mudanças necessárias no âmbito do desenvolvimento do município. Isto é, apesar dos muitos avanços, sobretudo, no planejamento e controle dos gastos da administração municipal, penso que é possível e necessário caminhar com passos mais firmes na direção da indução, promoção e fomento do desenvolvimento da matriz produtiva local, como também na introdução de novas fontes viáveis e sustentáveis de geração de trabalho e renda.
Para mim, um dos temas principais da última eleição foi a necessidade de organização da prefeitura às práticas administrativas contemporâneas e aos regramentos legais e contábeis vigentes, de modo a torná-la mais eficiente e transparente. E a julgar pelos muitos mecanismos de gestão, avaliação e controle construídos pela administração somados às inúmeras conquistas de investimentos obtidas, pode-se dizer que a missão foi e está sendo cumprida com louvor. Mas a gente hervalense precisa e quer mais.
No meu ponto de vista a próxima administração, independente das cores partidárias que for vestida, precisa fazer uma inflexão profunda no tema do desenvolvimento local. E não apenas no discurso ou através de ações do tipo laranja de amostra, com pouco ou nenhum poder de impacto no campo econômico e social. Não, ao contrário disso, se a futura chefia do Poder Executivo tiver a intenção de encarar de frente o imenso desafio do desenvolvimento econômico casado com o desenvolvimento social, será preciso uma ação efetiva, planejada e articulada, com status de política pública. Talvez um primeiro passo seja criar uma Secretaria ou Órgão específico para tal fim.
É assustador o número de pessoas que deixam o nosso município por absoluta falta de oportunidade de emprego. Estamos nos tornando campeões em exportar mão de obra, e este é um título que não deve nos orgulhar. Da mesma forma, é desolador ver as agruras por que passam a maior parte dos nossos empreendedores urbanos e rurais, especialmente os de menor porte, para manterem seus empreendimentos de pé. E este é um assunto que ao invés de ser jogado no colo das esferas administrativas do estado e do país, deve ser tratado primeiramente pelo poder público local, por meio de ações que articulem os diferentes setores da nossa economia, apresente novas alternativas econômicas, agregue valor aos produtos aqui produzidos e ajude a romper as barreiras que impedem ou dificultam que a nossa produção seja comercializada em outros rincões.
A casa está praticamente arrumada, mas o momento agora pede uma arrancada rumo ao desenvolvimento. Neste sentido, este tende a ser um dos assuntos predominantes na próxima disputa eleitoral. Espero, no entanto, que a temática do desenvolvimento seja pautada sem os habituais ranços, mesquinharias e demagogias que costumam contaminar o jogo político local. Desenvolvimento material é algo urgente e inadiável, que precisa ser encarado de forma séria, na perspectiva de promover o desenvolvimento humano e tornar a nossa população menos dependente da prefeitura (o que, paradoxalmente, exigirá uma ação muito forte da administração), a partir de uma relação colaborativa entre a esfera pública e a iniciativa privada.
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