Momento poético

Canção do Silêncio
Vasco Velleda
Lavra amigo de silêncios
As terras de dentro antes de falar.
Não te esqueças que o sentido
Quando comovido não sabe escutar
Deixa que as aves que voam
Por dentro dos olhos queiram repousar
Então remoe a semente que a palavra é gente
Pode te magoar!
Não te disfarces em prantos
Lamuriando os tantos dias de sofrer
Lembra que o arado corta e faz plantas mortas
Pro trigo nascer...
E assim, como nasce o trigo
Nasce meu amigo o joio disfarçado
E o silêncio é a joeira pra que da canseira
Nasça o pão sagrado
Pois como lhe disse amigo
No meio do trigo há joio misturado!
A moenda da semente
É aquilo que a gente precisa aprender
Ruminando cada sombra que a palavra rouba
Ao falar sem ver.
São malditas as palavras
Essas que são ditas sem perceber
As silenciosas magias, dessas poesias,
Nosso próprio ser...
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